O padre Robson de Oliveira, que foi investigado por suspeita de desviar doações de fiéis, afirmou nesta quinta-feira (3) que todas as suspensões religiosas contra ele terminaram.
O processo canônico, investigação interna da Igreja Católica, foi extinto por ordem do Superior Geral de Roma, segundo Robson. O sacerdote apontou que nenhuma prova contra ele foi encontrada durante a "investigação robusta".
Robson estava há quase três anos afastado das funções religiosas por ser alvo de denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) por apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
O processo contra ele foi arquivado em abril de 2022 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A suspeita era de que o religioso desviava o dinheiro doado para a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), quando era presidente do órgão.
Durante o andamento da investigação religiosa, Robson não poderia divulgar informações sobre o caso. "Pelo fato de o procedimento canônico ser sigiloso, antes na investigação, durante e depois do processo finalizado, eu não tenho como dar detalhes sobre esse assunto", disse.
Denúncia do Ministério Público
A Afipe foi presidida pelo religioso até ele ser afastado da entidade, o que ocorreu após deflagração da Operação Vendilhões pelo MPGO, em agosto de 2020. O padre seria 'líder' do suposto grupo criminoso que teria desviado R$ 120 milhões doados por fiéis.
Em áudio divulgado em novembro de 2021, Robson chegou a admitir que poderia ser preso caso desvios e documentos alterados ilegais caíssem nas mãos de "um delegado meio doido". De acordo com o desembargador federal Olindo Menezes, o compartilhamento de dados do religioso foi ilegalmente utilizado pelo MPGO para dar início à operação. O TJGO seguiu o entendimento do magistrado.
O padre ressaltou, em vídeo publicado nesta quinta, que é inocente de todas as acusações. "A Justiça percebeu que as acusações feitas não casavam com a realidade e que todos os valores arrecadados na Afip continuaram na Afip e foram muito aplicados", disse.