O megatraficante de drogas Antônio Joaquim Mota, mais conhecido como Dom, conseguiu escapar de uma operação da Polícia Federal na última sexta-feira (30). Segundo informações obtidas pelo programa Fantástico, da TV Globo, detalhes da ação policial vazaram e chegaram até Dom dois dias antes da operação. O suspeito está na lista de difusão vermelha da Interpol.
Ele estava em uma propriedade rural que se estende pelos dois países, entre Ponta Porã, no Brasil, e Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
Com o auxílio de uma equipe de segurança que conta com paramilitares brasileiros e estrangeiros com treinamento internacional e atuação em guerras, Dom fugiu em um helicóptero que pousou no lado paraguaio da fazenda.
Apesar da fuga do chefe do tráfico, seis dos seguranças foram presos. Em nota, a Polícia Federal disse que foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão na operação Magnus Dominus, na semana passada.
A PF apreendeu na ação cerca de 14 armas, entre elas 4 pistolas, 3 revólveres e 3 fuzis, além de 40 caixas de munição, seis granadas e colete balístico.
Quem é o megatraficante Dom?
Herdeiro do tráfico, também conhecido como Motinha, Dom é da terceira geração de uma família que construiu um império com o contrabando na fronteira entre Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.
Segundo a Polícia Federal, ele se autodenominou Dom em referência a Dom Corleone, o chefe da família criminosa mais poderosa na trilogia “O Poderoso Chefão”.
De acordo com o portal g1, Motinha se especializou no tráfico de cocaína. A droga, vinda da Bolívia e da Colômbia, chega por via aérea ao Paraguai, na região de fronteira com o Brasil, e de lá segue de helicóptero para os estados de São Paulo e do Paraná, de onde é despachada para os portos de Santos (SP) e Itajaí (SC).
O criminoso ainda teria relações próximas com outros grandes traficantes que atuavam na região pela facção e que estão presos, como Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, e Caio Bernasconi, o Fantasma da Fronteira.
“A região Ponta Porã e Pedro Juan tem uma relevância histórica. Se você olhar a história do tráfico, se os grandes traficantes, os grandes nomes, se não eram da região, eles passaram por ali. [...] Você consegue observar, olhando em documentos históricos ou de operações que existem sucessões familiares ali”, afirma Alexandre Aparizi, procurador da República em Ponta Porã.