Em acordo celebrado com o Governo Federal nesta terça-feira (19), a SpaceSail, empresa chinesa de internet via satélite, pode ameaçar o mercado da Starlink de Elon Musk no Brasil.
Isso porque a SpaceSail está em franco desenvolvimento. Atualmente, são 36 satélites em órbita, lançados em agosto (18) e em outubro (18). A meta é que 108 equipamentos estejam orbitando a Terra ainda neste ano.
No acordo de cooperação assinado com o Governo Federal, a SpaceSail e a Telebras preveem avaliação de cenários, com estudos sobre a demanda de internet em áreas mais remotas, sem acesso de fibra óptica, como áreas rurais do Brasil.
Também estão previstas parcerias com foco em inclusão digital. Depois de concluídos, o Governo Brasileiro entenderá se é viável investir no tema. A operação da empresa chinesa no País deve começar em 2026, mas é preciso antes autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e ter um CNPJ nacional.
Segundo informações do portal Uol, o projeto chinês começou no ano passado. A maior concorrente, a Starlink, tem cerca de 6 mil satélites em órbita. A SpaceSail quer, até 2030, lançar 15 mil equipamentos para fora da Terra, sendo 648 até o fim do ano que vem, de acordo com informações oficiais do Governo da China.
Até 2027, a meta é dobrar esse número, com mais 648 satélites e garantia de cobertura de rede regional. Para 2030, crescer exponencialmente com o objetivo de garantir uma integração multisserviço móvel de conexão direta.
Como funciona a SpaceSail?
A companhia chinesa utiliza equipamentos menores e mais perto da Terra, baseada nos satélites LEO, que ficam a uma distância menor da superfície na comparação com os tradicionais.
Com essa mudança, o objetivo é conseguir transmitir as informações com maior velocidade, em processo parecido com as tecnologias fornecidas pela Starlink e pela francesa E-Space.
A China Great Wall Industry Corporation (CGWIC), empresa responsável por lançar os satélites, informou que a meta é que os equipamentos proporcionem "aos usuários globais, serviços de internet de banda larga via satélite de baixa latência, alta velocidade e ultraconfiáveis".
Atualmente, Elon Musk mantém divergências com o Governo Federal, principalmente por questões políticas, mas a Starlink vive altos e baixos no País com os contratos com órgãos públicos nacionais.
Somente um dos contratos assinados com o Exército Brasileiro para adquirir kits de acesso à internet em áreas remotas da Região Norte do País rendeu à Starlink mais de R$ 100 milhões.