'Não é mulher, é travesti': mulher trans relata agressões e transfobia em feira agro em São Paulo

Vídeo da ação mostra que, enquanto um homem bate no namorado dela, outro a empurra e golpeia.

Uma mulher trans e o namorado dela dizem ter sido agredidos e alvo de ofensas transfóbicas durante um show da dupla Henrique e Juliano, na feira Expoagro, em Franca, interior de São Paulo, na última quinta-feira (26). As informações são do g1.

Em vídeos circulando nas redes sociais, é possível ver dois homens brigando no chão e a mulher tentando separá-los. Porém, chega um terceiro homem que atinge um soco no rosto da mulher. Veja abaixo:

Em nota, a organização da Expoagro comunicou que os seguranças foram acionados, mas quando chegaram ao local já não havia nada e os envolvidos não foram localizados. Também reiterou que repudia qualquer ato de violência e está à disposição para auxiliar no caso.

Segundo a mulher, a confusão começou quando ela, o namorado e uma amiga estavam próximos ao banheiro começaram a receber ofensas transfóbicas, sendo chamados de "viadinhos" e ouvindo que ali não era "lugar de ficar fazendo frescura".

A mulher questionou os homens sobre o comportamento. Foi quando um deles partiu para cima do namorado, e eles começaram a brigar. Ela tenta separá-los, mas outro rapaz vem por trás e começa a bater nela.

Agressão será investigada

O segundo agressor foi identificado como o mestre de obras Augusto César, 30. No vídeo, ele é puxado e uma das pessoas comenta "bater em mulher, não", mas ele responde "é travesti, é travesti, sai fora".

Ao g1, César negou as acusações e que tenha dito que a mulher podia apanhar por ser travesti. Segundo o mestre de obras, a frase foi apenas uma constatação porque outros homens tentaram agredi-lo por acharem que ele estava batendo numa mulher.

De acordo com a amiga do casal, no momento em que ouviram que a colega era travesti, as pessoas ao redor da briga deixaram a briga continuar.

Na sexta-feira, o casal registrou o boletim de ocorrência por lesão corporal. Depois, a queixa foi alterada para transfobia na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Franca.