Uma das mulheres suspeitas de envolvimento no envenenamento do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, que foi encontrado morto no apartamento em que vivia, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, no último dia 20, foi presa na última terça-feira (28), na capital carioca.
Suyany Breschak, que se identifica como cigana e mentora espiritual, foi presa por suspeita de participação na trama que vitimou Luiz Marcelo. De acordo com a Polícia Civil, ela seria amiga de Júlia Andrade Cathermol Pimenta, namorada de Luiz, foragida e principal suspeita de envenená-lo.
Ainda segundo a Polícia, Suyany teria ajudado Júlia a se desfazer dos bens de Luiz Marcelo – como um carro, vendido por R$ 75 mil em Cabo Frio – após o envenenamento do empresário. A mulher confessou o envolvimento no caso e contou às autoridades que Júlia lhe devia R$ 600 mil em consultas e serviços espirituais.
Entenda o caso
A morte de Luiz Marcelo começou a ser investigada no último dia 20 de maio, quando vizinhos do empresário começaram a sentir um cheiro forte vindo do apartamento da vítima. O corpo dele foi encontrado em estado avançado de decomposição.
Segundo informações do g1, a necropsia não foi capaz de determinar a causa da morte de Luiz Marcelo, mas o exame determinou que ele estava morto há pelo menos três dias quando foi encontrado e que havia uma pequena quantidade de líquido achocolatado no sistema digestivo.
As últimas imagens do empresário com vida foram registradas pelo circuito de segurança do prédio, que registrou momentos de Luiz Marcelo e Júlia no elevador no dia 17 de maio.
Na gravação, divulgada pela TV Globo Rio, é possível ver o empresário e a namorada em dois momentos distintos. Na primeira vez, ele segura um prato onde, supostamente, estava o brigadeirão envenenado. Com roupas casuais e semblante tranquilo, ele e Júlia se beijam. Em outro momento, ele aparece um pouco abatido e parece relatar mal estar.
Namorada passou dias "morando" com o cadáver
Dois dias depois do cadáver ter sido encontrado, Júlia foi intimada a depor e compareceu à delegacia. No depoimento, ela afirmou que saiu de casa na segunda-feira (20/05) após brigar com Luiz Marcelo no domingo, mas que ele estava bem e até preparou um café da manhã para ela. Após o depoimento, ela não foi mais vista e segue foragida.
Ainda com auxílio do circuito de imagens do prédio, a Polícia Civil descobriu outro aspecto sinistro do crime: Júlia passou pelo menos três dias “morando” com o cadáver, inclusive se alimentando e dormindo ao lado dele, antes de fugir com o carro da vítima.
Em entrevista ao RJ TV, o delegado titular da 25ª DP, Marcos Buss, falou sobre a linha de investigação da Polícia, que no momento tem Júlia como suspeita principal do envenenamento.
"É um caso aberrante, porque evidencia extrema frieza. Ela [Júlia] teria permanecido no interior do apartamento da vítima, com o cadáver, por cerca de três ou quatro dias", declarou o delegado.
"Lá ela teria dormido ao lado do cadáver, lá ela teria se alimentado, ela teria – inclusive, nós temos isso filmado – descido pra academia, se exercitado e retornado para o apartamento onde o cadáver se encontrava”, completou.