Uma diarista, identificada como Maria Jandimar Rodrigues, de 39 anos, morreu enquanto fazia uma hidrolipo, em uma clínica de estética no Rio de Janeiro. As informações são do G1.
A mulher já havia passado mal quando fez a primeira parte do procedimento estético, na semana passada. Na ocasião, ela retirou gordura das costas. Um vídeo mostra ela gritando e se debatendo de dor.
Apesar de passar mal, Maria Jandimar recebeu alta e trocou mensagens com uma funcionária do estabelecimento. Pelo diálogo, ela demonstrou que nem sequer lembrava da reação.
Problemas na cirurgia e recuperação
"Caramba! Não lembrava de ter ficado assim", disse ela. "Isso foi o início, você ainda piorou depois disso aí. Foi difícil manter você na maca. Você começou a gritar, a gente achou que você estava sentindo alguma coisa", respondeu a funcionária.
"Mas e aí, como vou fazer a frente?", pergunta Maria sobre a operação na barriga. "Vai fazer, mas não vai conseguir tomar o mesmo remédio. Terá que ser outro. A gente achou que você estava sentindo dor, alguma coisa. Aí o doutor começou a te perguntar: 'o que houve, Maria, está sentindo dor? A gente já botou anestesia e tudo mais. E você continuava gritando, gritando, gritando. Aí até que a gente viu que você não respondia quando a gente falava com você".
Maria ainda relatou, em um áudio enviado a uma funcionária da clínica, problemas na recuperação. Ela perguntou se seria normal ter sangue vazando no local da cirurgia. "A minha pressão deve estar um pouquinho baixa porque eu já vomitei duas vezes depois que cheguei em casa. Fora uns negócios que está vazando, mas é normal, né? Esse sangue é normal, né? Ta vazando até por cima. É normal isso?".
Negligência
Mesmo após os problemas na primeira etapa do procedimento, a mulher resolveu voltar à clínica na sexta-feira (17) para realizar a etapa final. Contudo, acabou morrendo.
Familiares da vítima informaram ao G1 que Maria era muito vaidosa e que havia desembolsado cerca de R$ 5 mil pra fazer a operação. A mulher buscou o médico colombiano Brad Alberto Castrillón Sanmiguel, após indicação de amigas. Mas, para os parentes, houve negligência, pois ela havia feito todos os exames exigidos antes da hidrolipo e não tinha problemas de saúde.
Após a morte da diarista, o médico tentou fugir, mas foi impedido por um dos seguranças do shopping onde fica a clínica, afirmaram os familiares.
"Foi o chefe da segurança lá que viu ele muito agitado, com mochila, com tudo e já estava sabendo do ocorrido, que tinha alguém passando mal, e não deixou ele ir embora. Aí chamou a polícia e ele ficou lá aguardando. Eu falei: 'cara, tu ia fugir?'. Ele disse 'não, eu estava chamando um táxi pra levar ela'", declarou Wagner Vinícius de Moraes Carvalho, marido de Maria, ao G1.
“Ela falou ‘Wagner, tô sentindo muita dor, mas eu já marquei, eu vou ter que ir lá pra terminar’. Eu acho que no primeiro procedimento já afetou alguma coisa nas costas dela pra acontecer isso, porque a recepcionista falou que no máximo era dias e ela já estaria boa, podendo trabalhar normal. Não ia ter nada e foi a semana toda”, acrescentou.
Interdição
De acordo com a polícia, a clínica estava apta a fazer o procedimento, mas foi interditada na tarde deste sábado pela Polícia Civil, até que haja a perícia, segundo o G1.
O corpo de Maria será enterrado às 11h45 deste domingo (19) no Cemitério de Inhaúma.