Diário do Nordeste

Morte de adolescente em São Paulo não foi causada por vacina da Pfizer, conclui estudo

Caso foi usado como uma das justificativas do Ministério da Saúde para recomendar a suspensão da vacinação em adolescentes sem comorbidades

Escrito por
Diário do Nordeste e Estadão Conteúdo producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 21:19)
profissional de saúde vestindo jaleco rosa coloca dose de vacina em seringa

A morte de uma adolescente de 16 anos em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo, não foi causada pela vacina da Pfizer. A conclusão é de estudo feito por 70 especialistas e divulgado nesta sexta-feira (17) pela Secretaria de Estado da Saúde.

O diagnóstico apontou que a causa do óbito, sete dias após a jovem ser imunizada, foi uma doença autoimune, grave e rara, conhecida como Púrpura Trombótica Trombocitopênica (PPT).

Segundo comunicado divulgado pelo Governo de São Paulo, a doença não tem "uma causa conhecida capaz de desencadeá-la" e "não há como atribuir relação causal" entre ela e as vacinas de RNA mensageiro, como é o caso da Pfizer.

A adolescente morreu no último dia 7, exatamente uma semana após receber o imunizante.

O caso da adolescente foi usado como uma das justificativas do Ministério da Saúde (MS) para recomendar a suspensão da imunização em adolescentes sem comorbidades na última quarta-feira (15). A própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entretanto, manteve a recomendação de vacinação neste grupo, com base em evidências científicas avaliadas e aprovadas pelo órgão.

Segundo o Governo do Estado de SP, a divulgação do caso foi feita de "forma intempestiva" pelo Ministério, e os resultados da análise serão submetidos à Anvisa.

Vacinas são seguras

"As vacinas em uso no País são seguras, mas eventos adversos pós-vacinação podem acontecer. Na maioria das vezes, são coincidentes, sem relação causal com a vacinação. Quando acontecem, precisam ser cuidadosamente avaliados", explica Eder Gatti, que coordenou a investigação e atua no Centro de Vigilância Epidemiológica e no Instituto Emílio Ribas.

Dentre os 70 profissionais que participaram do diagnóstico, estavam especialistas em Hematologia, Cardiologia, Infectologia, médicos dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs) do Estado e representantes dos municípios de São Bernardo do Campo, Santo André e São Paulo.

O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) estadual também contribuiu para a análise.