Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, foi a salão para fazer manutenção de mega hair, alega defesa

Advogado disse que a professora arrancou o alongamento dos cabelos após a morte de filho

A ida de Monique Medeiros a um salão de beleza no dia seguinte ao enterro do filho, Henry Borel, foi motivada por uma manutenção do mega hair, segundo a defesa da professora. O advogado Hugo Novais informou que a cliente, presa após a morte do menino, arrancou o alongamento dos fios por causa do nervosismo. 

"Monique ficou desesperada, arrancou os cabelos porque tem mega hair. Foi esse o motivo de ela ter ido ao salão no dia seguinte. Ela não tinha como se apresentar daquela forma", justificou. 

Além do ajuste do cabelo, a professora fez serviços de manicure, pedicure e escova. Durante os procedimentos, uma cabeleireira relatou em depoimento à Polícia Civil que Monique estava "abatida". 

Em um atendimento anterior, no dia 12 de fevereiro, a profissional contou que enquanto Monique fazia lavagem, hidratação e escovação do cabelo, e manutenção de unhas de acrigel, Henry teria ligado para a mãe .

No local, ela fazia uma videochamada com o menino, que teria perguntado: "mamãe, eu te atrapalho?” e dito em seguida: “mamãe, o tio disse que eu te atrapalho”.

Ainda segundo a cabeleireira, teria respondido que a criança não a atrapalhava de forma alguma. Em seguida, Henry, pediu: "Mamãe, vem pra casa" com um "choro manhoso", incluindo que "o tio bateu" ou "o tio brigou" em seguida — a profissional disse não se lembrar da frase exata.

Em seguida, a professora fez uma ligação para Dr. Jairinho e disse: "Você nunca mais fale que meu filho me atrapalha, porque ele não me atrapalha em nada" em volume alto. Em seguida, continuou: “Você não vai mandar ela embora, porque se ela for embora, eu vou junto. Porque ela cuida muito bem do meu filho. Ela não fez fofoca nenhuma. Quem me contou foi ele”.

O interlocutor, que seria Jairinho, disse "algo" em seguida, conforme a profissional de beleza. Monique, então, teria replicado de forma exaltada, aos gritos: “Quebra, pode quebrar tudo. Você já está acostumado a fazer isso". Ainda de acordo com a cabeleireira, os presentes, devido ao estado de Monique, "puderam ouvir sua conversa".

Morte

Henry Borel, de quatro anos, morreu no dia 8 de março. Um laudo pericial indicou que o óbito da criança foi provocado por "hemorragia interna" e "laceração hepática" (lesão no fígado), produzidas por uma "ação contundente".

Ao todo, a criança tinha 23 lesões e hematomas pelo corpo.

Monirque e Dr. Jairinho foram detidos no dia 8 de abril por policiais do 16ª Distrito Policial (DP), após a juíza Elizabeth Louro Machado, do II Tribunal do Júri da Capital, expedir mandados de prisão temporária por 30 dias. O inquérito do caso ainda não foi concluído pela Polícia, e os investigadores aguardam a conclusão de outros laudos.