Ministro da Saúde diz que há 'dificuldade' no fornecimento da 2ª dose da CoronaVac

Segundo o ministro, o motivo é a demora da chegada de insumos da China

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse, nesta segunda-feira (26), que há dificuldades no fornecimento da 2ª dose da CoronaVac no País devido ao atraso na chegada de insumos oriundos da China.

Queiroga ainda criticou as mudanças feitas por estados e municípios nos grupos prioritários de vacinação contra a Covid-19.

"Há cerca de um mês se liberaram as segundas doses para que se aplicassem, e agora, em face do retardo dos insumos vindos da China para o Butantan, há uma dificuldade com essa segunda dose”, afirmou, durante sessão da comissão do Senado que discute medidas de combate à Covid-19.

Em fevereiro último, o então ministro Eduardo Pazuello disse que não era mais preciso reter metade dos lotes disponíveis de vacinas contra a Covid-19 até a aplicação da segunda dose do imunizante, alegando que novas remessas chegariam mais rápido.

Agora, a pasta avalia uma nova recomendação sobre o tema. “E, como esta semana não temos previsão de chegada de vacina do Butantan, só daqui a cerca de dez dias, vamos emitir uma nota técnica acerca desse tema", complementou Queiroga.

O ministro não informou, porém, o que deve constar na nota técnica e qual medida pode ser aplicada.

Recentemente, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo, Amapá e Paraíba limitaram ou suspenderam a imunização por falta de doses para a segunda aplicação.  

Críticas

Queiroga disse ainda que as alterações em grupos prioritários para a vacinação atrapalham a estratégia de imunização no País e fez um apelo a estados e municípios para que a ordem prevista no plano nacional seja seguida.

"Se nós respeitássemos o Programa Nacional de Imunizações [PNI] conforme pactuado na tripartite [comissão que reúne União, estados e municípios], ele seria melhor", disse, ao citar o ritmo de vacinação.

"Ocorre que, às vezes, muda-se a orientação na bipartite [estados e municípios] para incluir um grupo ou outro, e isso termina por alterar a harmonia do nosso programa e atrapalha o processo de vacinação. Então é até um apelo que eu faço", disse. 

"Nós sabemos que, no afã de contribuir com a vacinação, às vezes se pressiona para botar um grupo prioritário ou outro. Todos têm razão em querer ter a vacinação o mais rápido possível, mas, às vezes, isso atrapalha o nosso PNI", afirmou em audiência no Senado.