O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) inicia nesta quarta-feira (6) as audiências de instrução e julgamento do caso Henry Borel. À frente do caso, o promotor Fábio Vieira informou que o órgão irá provar que a mãe do garoto, Monique Medeiros, e o padrasto, o ex-vereador Dr. Jairinho, mataram a criança por diferentes motivações. Ela, porque via vantagem financeira, e ele, por sadismo.
"A qualificadora do crime de Jairinho é o sadismo, a satisfação, o prazer em machucar Henry e outras crianças. Já o motivo da Monique é se beneficiar da vantagem financeira nessa situação", afirmou o promotor ao portal UOL.
Segundo a promotoria, Henry Borel, de quatro anos, foi espancado até a morte no apartamento do ex-vereador na Barra da Tijuca e Monique tinha conhecimento das agressões contra o filho.
Henry morreu no dia 8 de março com 23 lesões causadas por violência humana. O documento do IML constatou escoriações, hematomas, hemorragias em três partes da cabeça, infiltrações, contusões nos rins, pulmão e laceração no fígado. A criança chegou ao Hospital Barra D'Or sem vida.
O casal está preso desde o dia 8 de abril. A captura foi feita por policiais da 16ª DP, da Barra da Tijuca após a juíza Elizabeth Louro Machado, do II Tribunal do Júri da Capital, expedir mandados de prisão.
Julgamento
As audiências ocorrerão no 2º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro com a presença de Monique e Dr. Jairinho, réus pelos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificados, além de fraude processual e coação no curso do processo.
Ao longo do dia, serão ouvidas 11 testemunhas de acusação. Até essa terça-feira, porém, ao menos cinco delas não haviam sido localizadas pelo Tribunal de Justiça. Entre elas, estão a babá Thayná de Oliveira; a ex-mulher de Jairinho, a dentista Ana Carolina Netto e duas médicas que atenderam a criança.
"Se não comparecerem, vamos tomar as medidas cabíveis, com aplicação de multa e eles serão ouvidos em outra audiência", alertou o promotor.
Defesa
O advogado de defesa de Jairinho, Braz Sant'Anna avalia que a denúncia do MPRJ é uma "conspiração" e afirma que o cliente "não teve nada a ver com a morte" da criança.
"Foi uma morte não desejada e imprevisível. Vamos desconstruir essas provas e mostrar que são irregulares", declarou ao UOL.
A defesa de Monique, representada pelo advogado Thiago Minagé, ponderou que a professora dará uma nova versão sobre o caso.
"Ela precisa e quer falar o que aconteceu. Essa é a primeira vez que ela vai ter essa oportunidade. No primeiro depoimento, ela estava protegendo Jairinho, agora a história vai ser a verdadeira".