Leandro Boldrini foi condenado nesta quinta-feira (23) a 31 anos e oito meses de prisão pela mentoria da morte do seu filho, Bernardo Boldrini. Ele foi novamente considerado em julgamento do Tribunal do Júri de Três Passos (RS).
Bernardo foi morto aos 11 anos, em 2014, e o pai é um dos suspeitos do caso. A madrasta, Graciele Ugulini, e os gêmeos Edelvânia e Evandro Wirganovicz.
Leandro havia sido condenado em 2019, mas a decisão foi anulada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), que aceitou a alegação de que houve quebra da paridade de armas durante o interrogatório do médico.
A sentença foi lida pela Juíza Presidente do Tribunal do Júri, Sucilene Engler Audino, após quatro dias de trabalhos. O pai foi considerado culpado por homicídio quadruplamente qualificado e falsidade ideológica. Ele foi absolvido por ocultação de cadáver.
Leandro está preso preventivamente desde abril de 2014. Ele acompanhou o primeiro dia de julgamento na segunda-feira (20). Já na terça-feira (21), foi solicitado atendimento médico e ele foi dispensado de permanecer em plenário.
A defesa comunicou que o réu não estava em condições de ser interrogado e ele retornou ao Presídio de Ijuí, onde permaneceu nos últimos dias, segundo TJRS.
Morte de Bernardo Boldrini
O corpo do menino Bernardo Boldrini foi encontrado, em abril de 2014, às margens de um córrego na cidade de Frederico Westphalen, vizinha a Três Passos, no Rio Grande do Sul, onde o garoto de 11 anos morava com o pai, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini e a meia irmã. Ele desapareceu no dia 4 de abril e, dez dias depois, o corpo foi localizado em uma cova em um matagal.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, a madrasta Graciele ministrou o remédio Midazolan em Bernardo, com ajuda da amiga Edelvânia Wirganovicz. O menino morreu devido à dosagem e foi enterrado pelas duas. Leandro foi apontado como mentor e Evandro Wirganovicz como cúmplice.
O casal e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz foram condenados em março de 2019 pelo homicídio qualificado e ocultação de cadáver, durante o julgamento que durou uma semana.
Graciele Ugulini segue presa e tem previsão para progressão de regime para o semiaberto em 2026. Já Edelvania e Evandro estão em regime semiabertto.