A ex-modelo e autodeclarada guru Katiuscia Torres Soares, conhecida como Kat Torres, foi presa preventivamente no Brasil por ser suspeita, entre outros possíveis crimes, de manter pessoas em condições análogas à escravidão nos Estados Unidos. Ela estava detida no estado norte-americano de Maine desde 2 de novembro.
A medida, sem prazo, foi decretada pela 5ª Vara Federal de São Paulo e cumprida na última sexta-feira (18), conforme o tribunal. Ela ainda não informou advogado, segundo as autoridades. O caso corre em segredo de Justiça. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
A jovem começou a ser investigada após familiares e amigos denunciarem o suposto desaparecimento de uma brasileira, levada para os EUA para morar com Kat. Na ocasião, a mulher apontada como vítima deletou os perfis das redes sociais e aplicativos de troca de mensagens, além de interromper a comunicação com parentes.
O caso foi registrado em um boletim de ocorrência por suspeita de tráfico humano e divulgado por uma campanha nas redes sociais. Outros relatos semelhantes envolvendo Kat Torres também foram divulgados em uma página na internet e reunidos pela advogada Gladys Pacheco, que representa cerca de 15 pessoas que dizem terem sido enganadas pela guru, inclusive a jovem procurada pelos familiares.
Conforme a advogada, a ex-modelo está presa em Minas Gerais. Ao ser questionado pela Folha se ela foi extraditada dos Estados Unidos, onde estava detida, o Ministério das Relações Exteriores declarou que não poderia "fornecer dados específicos sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros".
Ainda em nota, a instituição detalhou que, "por meio de sua área consular, acompanhou a situação da nacional brasileira, em interlocução com as autoridades norte-americanas competentes, e prestou a assistência cabível à nacional, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local".
Supostos crimes de Kat Torres
Segundo Gladys Pacheco, "entre outras coisas, ela [Kat Torres] pediu dinheiro para resolver, de forma milagrosa e secreta, os problemas dessas vítimas" e detalha que os supostos atos da suspeita podem ser enquadrados como tráfico de pessoas, tortura, redução a condição análoga à escravidão, favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual, extorsão religiosa e charlatanismo.
A advogada informou que os casos foram enviados ao Ministério Público Federal (MPF), que analisa se apresentará denúncia. Ao jornal paulista, a Procuradoria disse que o inquérito está em sigilo, então não poderia divulgar detalhes.
Antes de ir, que tal se atualizar com as notícias mais importantes do dia? Acesse o Telegram do DN e acompanhe o que está acontecendo no Brasil e no mundo com apenas um clique: https://t.me/diario_do_nordeste