Após envolvimento com falsa guru espiritual, a jovem Letícia Maia Alverenga, 21 anos, prestou depoimento à Polícia Civil, em delegacia na cidade de Perdões, em Minas Gerais, nesta quinta-feira (29). A brasileira ficou conhecida depois de ser recrutada pela autodeclarada bruxa Katiuscia Torres, a Kat Torres, nos Estados Unidos.
Letícia retornou ao Brasil na semana passada, depois de oito meses vivendo em solo estadunidense. No exterior, chegou a ser presa com Kat e Desirrê Freitas, 26 anos, ao tentar cruzar a fronteira do Canadá.
Em outubro, foi aberto um inquérito porque Letícia gravou um vídeo afirmando que ela e a irmã foram abusadas sexualmente na infância pelo pai. No entanto, em depoimento para a Polícia Civil, desmentiu, dizendo que havia criado as acusações a mando de Kat.
Depoimento à polícia
Em depoimento à polícia, que O Globo teve acesso com exclusividade, Letícia explicou que sofreu ameaças da "guru", mas não detalhou quais. Também acrescentou que Kat Torres teria manupulado mensagens e ligações feitas por ela e Desirrê — outra jovem que estaria sendo forçada a ficar nos EUA pela guru —para parentes.
Para Letícia, foi quando foi presa em Maine que percebeu estar sendo "manipulada". Isso porquê Kat alinhou com ela e Desirrê o que acada uma deveria dizer aos policiais. Porém, as autoridades estadunidenses estranharam porque as falas estavam "decoradas".
Por isso, elas seguiram presas, tiveram os vistos cancelados e foram encaminhada a uma prisão para imigrantes. Letícia, Desirrê e Kat foram deportadas ao Brasil após serem flagradas com documentação irregular.
O advogado da família, Luiz Henrique Fernandes, disse que Letícia foi uma das vítimas de Kat Torres, suspeita de tráfico de pessoas, promoção à prostituição e extorsão.
Prisão de Kat Torres
Kat teve ordem de prisão decretada no Brasil pela 5ª Vara Federal de São Paulo. O pedido usou como base o artigo 149 da lei 2.848, tratando do crime de submissão de pessoas em condições análogas à escravidão.
No dia 19 de novembro, ela deu entrada no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte, segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Minas Gerais.
Além do pedido de prisão, a Justiça pediu quebra de sigilo de dados telemáticos e telefônicos da influenciadora, junto da apreensão de aparelhos e documento que estivessem sob posse dela.