Instituto Onça-Pintada é multado em R$ 452 mil após morte de 72 animais; ONG diz estar surpresa

IOP foi acusado pelo Ibama de negligência e maus-tratos

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) multou em R$ 452 mil o Instituto Onça-Pintada (IOP) depois de verificar as mortes de 72 animais por supostas negligências e maus-tratos na sede da entidade, em Mineiro, no estado de Goiás.

O órgão identificou que macacos, onças-pintadas, tamanduás, lobos, cervos e pássaros faleceram em um intervalo de seis anos. Porém, o IOP argumentou que os óbitos ocorreram por picadas de serpentes, ataques de outros animais, envenenamento e infestação de pulgas.

Além dos 72 animais mortos por negligência ou imperícia, outros 53 morreram no criadouro desde 2017. O número é três vezes maior que o total de nascimentos.

“Considerando tratar-se de um criadouro de fauna silvestre para fins de conservação, pode-se afirmar que não tem atingido seu objetivo possuindo um saldo negativo, ou seja, mata mais animais que nascimentos no criadouro”, alertou.

Exposição na internet

Segundo o Ibama, por ser um criadouro conservacionista, o IOP não pode expor animais, mas adota essa prática na internet para mostrar os bichos silvestres sendo tratados como de estimação.

"Finalmente, é inadequada a interação com os animais como se eles fossem os bichos de estimação da família e sua exposição na internet, o que não se alinha com a função de um criadouro conservacionista e não se encontra previsto ou autorizado nas atribuições da atividade, ao contrário, é vedada na resolução Conama nº 489/18". 

O órgão ambiental também determinou a suspensão das atividades de visitação, recebimento, destinação, alienação e reprodução de espécimes até a apresentação de projetos de conservação adequados.

O que diz o IOP

Em nota, os biólogos Leandro Silveira e Anah Tereza de Almeida Jácomo, responsáveis pelo Instituto Onça-Pintada, afirmaram ter recebido com "surpresa" as multas por um "fiscal do Ibama que nunca esteve presencialmente" nas instalações.

"Já apresentamos nossa defesa ao Ibama e estamos confiantes na reversão das sanções. Com os embargos fixados pelo fiscal, as atividades do instituto serão prejudicadas".