Mulheres transexuais, entre elas uma cearense, foram agredidas na Zona Sul de São Paulo e os vídeos do momento, em que um homem joga água no rosto delas e as agride, circularam na última semana nas redes sociais. A Polícia Civil investiga o caso, segundo informou a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo ao G1.
Priscyla Rodrigues, que é do Ceará e reside na capital paulista, teve um dente quebrado e diversas fraturas pelo corpo. Além dela, outras vítimas acusam um morador do bairro, na região da Saúde, de ter praticado transfobia.
"De uns tempos para cá, ele estava incomodado com nossa presença ali e ficou jogando água na gente algumas vezes. Só que na quinta, ele já veio com socos na minha cara, me jogou no chão. Eu penso que sim, sofri agressões de um homem homofóbico", comentou Priscyla ao Diário do Nordeste.
Inicialmente, no entanto, o caso está sendo investigado como lesão corporal. As vítimas que aparecem sendo agredidas nas imagens são garotas de programa que trabalham na região.
Em nota, a assessoria de imprensa da SSP-SP informou que deve analisar os vídeos para identificar o agressor. Nas imagens, o homem dá dois socos em Priscyla, que acaba batendo a cabeça em um portão após o segundo golpe.
Diversas agressões
Conforme informações divulgadas pelo portal G1, as imagens teriam sido gravadas na manhã de quinta-feira (9) por uma amiga de Priscyla, também trans e garota de programa, na Alameda dos Quinimuras com a Avenida Irerê.
O caso foi registrado no 27º Distrito Policial (DP), Campo Belo. "Que esse homem seja parado porque hoje aconteceu comigo, amanhã ele pode fazer com outras, e assim vai", disse a cearense em vídeo gravado na delegacia.
Além do homem, relata Priscyla, uma mulher também esteve presente durante as agressões. "Ela estava presente no local. Estava dando força, incentivando ele a me agredir. Pouco antes da polícia chegar, ele entrou em casa e ela o encobriu", continuou Priscyla sobre a situação.
Segundo ela e outras garotas de programa da região, esta não é a primeira vez que o morador pratica as agressões.
Em outro momento, também gravado, o homem teria jogado água em outra mulher, mas a data e o local do vídeo não foram informados até então. "Joga água em mim de novo, joga... Pode jogar que eu tô gravando", diz a vítima na filmagem.
Investigação
Sobre o caso da última quinta-feira (9), o advogado de Priscyla pontuou que o crime de transfobia deve constar no boletim de ocorrência registrado na delegacia.
"Independentemente do que ali ensejou a agressão, não justifica. Ela é uma mulher trans e tem de ser respeitada como todas as outras mulheres", relatou ao portal G1.