Governo anuncia reforço da Força Nacional após ataque que deixou indígenas feridos em MS

O Conselho Indigenista Missionário afirma que dois indígenas seguem hospitalizados, em estado grave

O Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou reforço da Força Nacional para atuar na região de Douradina, Mato Grosso do Sul, onde indígenas foram feridos. Neste domingo (4), a Pasta disse por nota que  no momento do conflito, os agentes estavam patrulhando outra área da mesma região e que, quando acionados, chegaram ao local dos ataques e cessaram o confronto, a partir de um acordo entre os dois grupos.

Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ruralistas atiraram contra povos originários um dia após a Força Nacional ter saído da região.

O Governo rebateu dizendo que a "a Força Nacional tem intensificado a presença na região desde o início de julho, onde permanece até o momento”.

Informações apontam que, pelo menos, oito pessoas ficaram feridas ao serem atingidas por balas de borracha e munição letal.

"O Ministério dos Povos Indígenas acionou a Secretaria de Saúde Indígena, por meio de seu Secretário e do Chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul, que enviou equipe para prestar atendimento no local aos feridos com menos gravidade; 5 pessoas foram levadas em ambulância ao Hospital da Vida, em Dourados".

O Cimi afirma que dois indígenas seguem hospitalizados, em estado grave, tendo um deles sido atingido por um tiro na cabeça e o outro com um tiro no pescoço.

INTERMEDIAÇÃO DE CONFLITO

O Ministério da Justiça e Segurança Pública afirma que tem auxiliado o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e o Ministério Público Federal (MPF) na intermediação do conflito e que a Força Nacional "permanece atuando de acordo com o planejamento dos órgãos apoiados, com a finalidade de garantir a segurança de forma ininterrupta"

O conflito acontece às vésperas da audiência de conciliação do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca do marco temporal da demarcação de terras indígenas.

A reunião segue programada para acontecer nesta segunda-feira (5), sob a coordenação do ministro Gilmar Mendes. 

Por nota, o Ministério dos Povos Indígenas "enfatiza que a instabilidade gerada pelo marco temporal para terra indígenas tem como consequência não só a incerteza jurídica sobre as definições territoriais que afetam os povos indígenas, mas abre ocasião para atos de violência que têm os indígenas como as principais vítimas".