Funcionárias de creche são suspeitas de criar 'bolão' para adivinhar peso de criança de 3 anos no RJ

O caso ocorreu no município de Nova Friburgo

Uma diretora e seis servidoras da creche pública Leda Tavares Moreira, que fica em Nova Friburgo, município do Rio de Janeiro, foram afastadas suspeitas de terem feito um bolão para descobrir quantas “arrobas” um aluno de três anos da unidade pesava.

O caso, que aconteceu no começo do mês de agosto, só veio à tona quando a própria mãe da criança, após ser alertada pelas mães de outros alunos sobre o acontecido, pediu ajuda da vereadora Priscila Pitta (Cidadania).

A mãe do aluno, inconformada com a prática cruel “em um ambiente que deveria garantir a segura e o bem-estar desta criança”, pediu que a vereadora denunciasse o caso no Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que instaurou procedimento administrativo para apurar os fatos.

Em entrevista concedida ao g1, a mãe do aluno, que preferiu não se identificar, contou como descobriu a discriminação com o seu filho.

“Eram três mães, me perguntando se eu já sabia o que estava acontecendo. Falei que não. Elas perguntaram: 'a escola não te falou?' Eu falei, não! Me contaram que meu filho tinha sido pego por sete funcionárias da creche, saído da sala, ido até a cozinha, onde tinha feito um bolão para saber o peso dele”, contou a mãe desconsolada.

DENÚNCIA

Além da denúncia feita pela vereadora, outras professoras da unidade denunciaram o ocorrido expondo o “print” de uma conversa no qual a ganhadora da aposta passa a chave do pix para receber a quantia de R$ 10 de cada participante.

A Secretaria Municipal de Educação, por nota, repudiou os fatos e disse que não medirá esforços para que tudo seja apurado. Nesta terça-feira (29). O Prefeito de Nova Friburgo, Johnny Maycon, se manifestou, nas redes sociais, reforçando o afastamento preventivo das servidoras e se solidarizando com o garoto e a família.

Além disso, o município se colocou à disposição da criança e dos familiares para prestar todo apoio e suporte necessários. Também foi informado que um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) foi aberto e que já foi determinado o afastamento cautelar das servidoras desde a semana passada.

O afastamento preventivo por 30 dias foi publicado no diário oficial eletrônico na última segunda-feira (28).

POSSÍVEL DEMISSÃO

Por se tratar de um serviço público, as servidoras envolvidas só podem ser demitidas após a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar, incluindo o direito de defesa das mesmas.

A abertura do PAD é uma obrigação das prefeituras sempre que acontecem casos semelhantes. Contudo, a equipe do g1 apurou que ao saber que a história tinha se espalhado na escola no início do mês, pediu exoneração do cargo.

Apesar disso, a mão da criança desabafou sobre o convívio dos servidores com seu filho.

“É frustrante, agoniante saber que seu filho continua lá, num lugar que coloca achando que ele vai ter amor e carinho. Claro, tem muita professora lá boa, que estão indignadas com a situação… mas esses sete funcionários não deveriam nem estar lá ainda”, disse a mãe do menino.