Acusado pela socialite Regina Lemos Gonçalves de manter-lá em cárcere privado, o ex-motorista José Marcos Ribeiro Chaves revelou que vivia um relacionamento amoroso com a bilionária. Em entrevista ao Fantástico deste domingo (5), ele reconheceu o vínculo trabalhista que possuía com a moradora do edifício Chopin.
"A partir do segundo ano que eu estava aqui. A partir daí a Regina pegou uma certa assim, intimidade comigo, eu com ela, eu olho assim, sentado no na poltrona. Ela passava a mão em mim, minha mão. Ela nem admitia chamar eu como motorista. A gente dormia junto e tudo", disse.
A defesa de Regina revelou que José Marcos não havia deixado claro o relacionamento deles na Justiça. A socialite também nega o romance. "É uma audácia, um atrevimento", frisou.
Trocas de acusações há 8 anos
Familiares de Regina e o ex-motorista brigam na Justiça há oito anos. O irmão da bilionária tentou interditá-la com a acusação que José Marcos se aproveitava dela, mas perdeu o processo, em 2016.
Em 2021, a herdeira e o ex-motorista firmaram união estável. Na época, a bilionária tinha 85 anos e José Marcos 50.
A época, Regina anexou dois atestados psiquiátricos provando que estava bem. No documento, é afirmado que Marcos seria responsável como curador e representante legal no caso de incapacidade mental.
"Mas é justo. 13 anos com ela. Quem que está do lado dela? Quem que dá remédio? Quem que leva ela ao médico? Eu faço tudo Por Ela. Fico 24 horas ao lado dela. Nunca abandonei", afirmou.
Em 2024, outro testamento feito afirma que dona Regina deixaria sua fortuna para os parentes. Contudo, Marcos é responsável por administrar o patrimônio atualmente.
"Dona Regina não tem mais capacidade de entender situações que estão lhe sendo submetidas. A dona Regina estar falando, estar bem, estar gesticulando, não altera a conclusão clínica sobre a sua incapacidade cognitiva de compreensão. Isso não sou eu que digo, é um médico perito, especialista, psiquiatra, que está dizendo", relatou Bruno Bastos, advogado de José Marcos.
A equipe jurídica reforça que dona Regina foi vítima de cárcere privado e teria assinado a união estável neste período.
"Uma senhora desnutrida. As fotos demonstram isso. E agora sim, após uma boa alimentação, após noites de sono, após medicamento adequado, será feito um novo laudo pericial", afirmou Marcelo Coelho, advogado de Regina.
Relembre
A socialite Regina Lemos Gonçalves, de 88 anos, denunciou, em 28 de abril, que teria vivido em cativeiro no próprio apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro. Segundo ela, o cárcere privado, que teria durado 10 anos, foi comandado pelo ex-motorista particular José Marcos Chaves Ribeiro.
Viúva e sem filhos, Regina herdou uma fortuna bilionária há 30 anos, quando o marido dela, o fazendeiro e empresário Nestor Gonçalves, faleceu. Regina morava, desde então, no Edifício Chopin, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
A mulher era famosa por promover festas luxuosas, mas deixou de ser anfitriã e sumiu das áreas comuns do prédio onde vivia. As preocupações, então, começaram a circular entre vizinhos e amigos, que não estavam conseguindo contato com Regina.
Uma denúncia, apontou o Fantástico, foi feita sobre o caso de forma anônima em maio de 2022, mas o Ministério Público do Rio de Janeiro relatou que as tentativas de contato com a mulher foram frustradas.
Amigos chegaram a relatar que todos os contatos com Regina acabavam chegando apenas em José Marcos, que alegava problemas de saúde dela. Segundo Regina, ele impedia qualquer tipo de telefonema ou outro meio de comunicação.