A estudante de medicina Larissa Moraes de Carvalho ficou em estado vegetativo após uma parada cardiorrespiratória durante internação para uma cirurgia ortognática em Juiz de Fora (MG). O procedimento ocorreu há cerca de um ano, mas a família continua na busca de respostas sobre o que teria ocorrido durante a cirurgia.
Segundo o portal g1, Larissa deu entrada na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora no dia 16 de março de 2023 e não retornou para casa no mesmo estado de antes. O pai da moça, Ricardo Carvalho, concedeu entrevista ao g1 para citar o caso.
"Ela procurou vários profissionais, foram três anos em cima de pesquisas para saber qual seria o melhor profissional. A Larissa cursava medicina, então conversou com os professores também", disse o homem, afirmando que a filha estudou bastante sobre tudo antes de realizar o procedimento.
Agora, o caso está sob análise do Ministério Público de Minas Gerais, com a determinação da abertura de investigação pela Polícia Civil por meio do promotor Jorge Tobias de Souza feita em setembro de 2023.
A Santa Casa de Misericórdia, o médico e o anestesista que participaram da cirurgia são investigados no processo. Entretanto, a defesa não se pronunciou até o momento. E a unidade de saúde pontuou que não deve declarar nada sobre o assunto.
Um inquérito policial foi aberto para apurar o caso e colher depoimentos. Até então, o Conselho Regional de Medicina também não se pronunciou sobre o caso.
Investigação
Conforme declaração do pai, a situação foi estranha já na saída da filha da cirurgia. Inicialmente, ele conta ter visto a filha deixando a sala do procedimento "de olho virado" em uma maca e afirma que não conseguiu entrar no quarto.
"Quando abri a porta, vi uma pessoa fazendo massagem cardíaca na minha filha. Depois o enfermeiro veio me tranquilizar dizendo que ela estava bem, os batimentos já tinham retornado", declarou ele ao g1. Segundo familiares, foram 17 minutos sem a equipe comunicar que havia algo errado com a paciente.
A família relatou ao g1 que o prontuário médico indica que a jovem teria saído da sala de Recuperação Pós-anestésica (RPA) às 17h45, sendo direcionada ao quarto do 9º andar da unidade, chegando por volta das 18h02, já em parada cardiorrespiratória.
Desde então, Larissa passou um mês no CTI, além de ter pego pneumonia e infecção urinária. A jovem permaneceu internada até março deste ano, mas segue em estado vegetativo em tratamento domiciliar.
Larissa conta com enfermeiros 24 horas por dia, conforme informações do pai, além de que precisa fazer fisioterapia e fonoaudióloga todos os dias. Enquanto isso, é alimentada e medicada por uma sonda.
Por conta da falta de informações, o promotor do Ministério Público solicitou a apresentação da íntegra do prontuário médico de Larissa. Também foi pedido o áudio da gravação da reunião realizada com a diretoria da Santa Casa e cópia do procedimento ao Conselho Regional de Medicina para conhecimento e adoção de eventuais providências.
A família, inclusive, contratou perícia particular para analisar o caso, com vários pontos sendo apontados como falhas no procedimento.