A Justiça Federal do Rio de Janeiro decretou uma nova prisão por tráfico internacional de armas para Elaine Lessa - esposa de Ronnie Lessa, que também foi condenado pelo crime - neste domingo (18). Ela já havia sido presa por outra ilegalidade, mas foi liberada da cadeia na sexta-feira (16).
Ronnie vai a júri popular por acusação de assassinato da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
A investigação começou em 2017, quando o Aeroporto Internacional Tom Jobim, Galeão, no Rio de Janeiro, identificou uma carga de 16 quebra-chamas para fuzil AR-15 vinda de Hong Kong e com destino para a Academia Supernova, que era de Elaine e Lessa, no Rio das Pedras, região de milícia no Estado.
O material serve para conter as chamas formadas por disparos de arma de fogo e não revelar a posição de quem deu o tiro.
Logo o Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Federal (Gaeco/MPF) e a PF descobriram que o casal era responsável pela importação do material. Por isso, os dois receberam mandados de prisão e viraram réus pelo crime.
Além de terem sido alvo de mandados de prisão, Lessa e Elaine viraram réus pelo crime de tráfico internacional de armas de uso restrito.
"Os quebra-chamas ilegalmente importados pelos denunciados são acessórios tipicamente utilizados em confrontos armados ou emboscadas. Se pode deduzir que tais acessórios seriam empregados em confrontos armados entre organizações criminosas que assolam o Rio de Janeiro, ou na eliminação sumária e velada de inimigos e desafetos”, concluiu o MPF, no pedido de prisão.
Elaine volta à prisão
Na sexta-feira, Elaine Lessa deixou a cadeira após quase dois anos presa por obstrução de justiça. Ela é condenada a quatro anos de prisão por ter comandado a ação que deu sumiço às armas e a quaisquer outras provas que incriminassem o marido no caso Marielle.
A polícia acredita que a submetralhadora HK-MP5, que teria sido usada no assassinato da vereadora, tenha sido jogada no mar da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A corporação chegou, também ao irmão de Elaine, Bruno Figueiredo, que teria ajudado a eliminar os indícios da execução junto a Josinaldo Lucas Freitas, o Djaca, e Márcio Gordo.