Donos de escola investigada por maus-tratos são presos em São Paulo

Polícia recebeu depoimentos de três professoras e 13 pais de alunos até esta terça

Após serem denunciados por maus-tratos e tortura contra alunos, Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira foram presos nesta terça-feira (27). O casal é dono da escola particular Pequiá, localizada em São Paulo. Na segunda-feira (26), foram considerados foragidos para a polícia.

A dupla é investigada por episódios de tortura entre 2015 e junho deste ano. A investigação começou após pais de alunos da escola registrarem boletim de ocorrência.

Já foram colhidos os depoimentos de três professoras da instituição e 13 pais de alunos até o momento. 

A defesa de Eduardo e Andrea negou as acusações. Conforme o g1, o caso ocorre em sigilo, já que menores de idade estão envolvidos. O delegado responsável pela investigação, Fábio Daré, disse que os registros em vídeo mostram "situações vexatórias".

"A princípio [a investigação] foi [aberta] por maus-tratos e submeter criança a situação vexatória. Mas pelos relatos, pela gravidade dos relatos, eu incluí a tortura. Por alguns indícios que eu tinha das oitivas. As filmagens são tristes, revoltantes e isso causou muita revolta na gente, nas mães, nos pais".
Fábio Daré
Delegado

Maus-tratos

Os casos foram revelados após uma das professoras da unidade testemunhar cenas de maus-tratos e humilhações e conseguir gravar, escondida, as violências.

Com as provas, ela procurou mães de alunos e foi até a delegacia do bairro, em 18 de junho, registrar boletim de ocorrência. As crianças vítimas de maus-tratos têm entre 1 e 6 anos.

No B.O, a educadora relatou punições, humilhações e agressões impostas às crianças quando algo não acontecia conforme as expectativas dos donos da escola. Um dos registros feitos mostra um menino amarrado pela própria blusa a um pilastre, dentro da sala de aula.

"Até em questão de xixi elas eram punidas, de ficar o dia inteiro com as necessidades na roupa, no caso da criança que fica sentada na caixa. Eram punidas por qualquer motivo", contou a professora Anny Garcia Junqueira ao g1, que fez a denúncia.