Brasília - Durante reunião com os líderes e vice-líderes do governo na Câmara, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, pediu explicações sobre a derrota do governo na comissão especial da reforma da Previdência onde a oposição conseguiu aprovar um requerimento para a realização de audiências públicas que devem atrasar o cronograma de votação da reforma. Segundo o vice-líder Professor Luizinho (PT-SP), Dirceu não fez cobranças mas quis apenas saber o que aconteceu, já que o governo tem teoricamente maioria na comissão. Luizinho disse que eles ficaram de conversar mais tarde sobre o assunto. O deputado negou que o governo tenha sofrido derrota na comissão. ‘‘Não foi derrota. Derrota é quando a gente perde no mérito e nós só perdemos numa votação de requerimento de audiências públicas. O governo não se sente incomodado e vamos fazer de tudo para manter calendário de votação. Ele disse que acha que dá para votar na comissão a proposta de reforma da Previdência no mês de julho porque estratégia será realizar várias audiências públicas no mesmo dia. Líderes patronais e sindicais tomaram ontem iniciativa de se antecipar ao governo na discussão do que consideram ser necessário mudar no sistema de trabalho no Brasil. A convite da Confederação Nacional da Indústria, líderes empresariais de setores produtivo e financeiro reuniram-se ontem em Brasília com líderes da CUT, Central Geral dos Trabalhadores, Força Sindical, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura e a Social Democracia Sindical para iniciar a discussão da reforma trabalhista.