Desaparecimento de advogada no RJ tem monitoramento de família e pedido de resgate em bitcoins

Vítima está desaparecida desde 29 de fevereiro; quatro suspeitos de envolvimento no crime foram presos

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro investiga o desaparecimento de uma advogada de 55 anos que sumiu em 29 de fevereiro deste ano. O caso envolve pedido de resgate em bitcoins e monitoramento em tempo real da família da vítima. Quatro suspeitos foram presos, incluindo um amigo da família. As informações são do O Globo.

As últimas imagens de Anic de Almeida Peixoto Herdy, advogada e estudante de psicologia, são de uma câmera de segurança do estacionamento de um shopping de Petrópolis. Elas mostram de maneira parcial a mulher estacionando o carro, desembarcando do veículo e se dirigindo em direção a outro carro, que logo depois deixa o local com a vítima.

Suspeito já viajou e prestou serviços ao casal

Anic é casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, professor e herdeiro de um complexo educacional do Rio de Janeiro. Entre os suspeitos com prisão temporária decretada, está um amigo da família, o técnico de informática Lourival Correa Netto Fatiga. Ele nega participação.

O suspeito era próximo do casal há cerca de três anos, chegando a acompanhá-lo em viagens. Segundo o jornal, a última delas, para Santa Catarina, ocorreu neste ano. Lourival também prestou serviços de instalação de câmeras de vigilância na casa dos dois.

Horas depois do sumiço de Anic, o marido da vítima enviou uma mensagem de texto na qual dizia estar com a mulher e que a polícia não podia ser informada. Novos contatos se sucederam e, em um deles, Benjamin foi avisado de que estava sendo monitorado em tempo real.

Monitoramento e pedido de resgate em criptomoedas

O desaparecimento de Anic foi registrado somente no dia 14 de março porque a família ficou receosa com a ameaça. Na ocasião, as roupas usadas pelo marido da vítima e o cômodo da casa no qual ele estava foram descritos pelo sequestrador.

Em outra das mensagens enviadas, foi feito um pedido de um valor em bitcoins que funcionaria como resgate. Na ocasião, Lourival interagiu com o sequestrador porque entenderia de criptomoedas.

Segundo o jornal, o caso é investigado em sigilo pela 105ª Delegacia de Polícia Civil - Petrópolis com com apoio da Delegacia Antissequestro (DAS). Até agora, as investigações não apontam se a vítima ainda está viva

Ao O Globo, o advogado da família de Anic afirma em nota que eles estão “arrasados” e com “medo do que elas (as pessoas envolvidas) são capazes de fazer”. Já o advogado de defesa de Lourival afirma que não foi formalmente notificado da acusação e que “os verdadeiros eventos não foram apurados”.