O vice-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, informou hoje (29), em nota, que dará prosseguimento aos trabalhos de transição de governo. O governador fluminense, Luiz Fernando Pezão, cujo mandato se encerra em 31 de dezembro deste ano, foi preso na manhã desta quinta-feira pela Polícia Federal, na operação denominada Boca de Lobo, uma nova fase da Operação Lava Jato.
Dornelles, que assume interinamente o governo, disse que manterá todas as ações previstas no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) do estado.
O governador eleito, Wilson Witzel, que assumirá em 1º de janeiro de 2019, divulgou nota à imprensa em que diz que a transição não será afetada pela prisão de Pezão. “A equipe do governador eleito seguirá trabalhando para mudar e reconstruir o Rio de Janeiro”, diz a nota.
Dornelles garantiu ainda a continuidade das ações do Regime de Recuperação Fiscal do estado, com a manutenção de todas as ações previstas.
No comunicado, o governador em exercício reitera seu interesse na manutenção do bom relacionamento com os demais Poderes do Estado.
Witzel
Witzel disse que confia no ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Felix Fisher. O magistrado assinou a ordem que levou à prisão preventiva de Pezão (MDB).
"Nao conheço o processo, mas conheço o ministro Felix Fisher. É um magistrado de elevado conhecimento jurídico. Se decretou a prisão, ele o fez porque havia fundamentos suficientes para o seu convencimento. Eu acredito no trabalho da Justiça e da Polícia Federal e tenho certeza que a verdade tem que ser perseguida a todo custo. Atos criminosos têm que ser punidos", afirmou.
Witzel deu a declaração após a solenidade diplomação do Curso de Aperfeiçoamento de oficiais, na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO). O evento na Vila Militar, no Rio de Janeiro, contou com a presença do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Segundo Witzel, não haverá prejuízos para o processo de transição. Ele disse que o vice-governador, Francisco Dornelles (PTB), já o convidou para uma conversa. Na ausência de Pezão, Dornelles assumiu o governo. "Vamos afinar com ele as próximas apresentações que serão feitas", acrescentou Witzel.
Ele disse ainda que a Controladoria Geral do Estado (CGE) deverá auditar contratos que foram firmados pelo estado nos últimos anos. "A CGE ficará sobre a responsabilidade do delegado da Polícia Federal, Bernardo Barbosa, e certamente nós faremos auditoria nos contratos. Mas sem paralisar o governo".