O governo de São Paulo afirmou nesta quarta-feira (27) que vai exportar doses extras da CoronaVac se o governo Jair Bolsonaro (sem partido) não manifestar interesse. A afirmação foi feita durante coletiva de imprensa.
Segundo o governo, o Butantan tem contrato para fornecer 46 milhões de doses ao Governo Federal, com possibilidade de adicionar mais 54 milhões de doses extras.
"O Butantan tem compromisso com outros países, e, se o Brasil declinar desses 54 milhões, vamos priorizar demais países com quem temos acordo", disse Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan.
"Nosso contrato com o Ministério da Saúde é de 46 milhões de doses, não temos contrato adicional. Mas ainda não tivemos nenhum aceno neste sentido. Está na hora de decidir e, se demorarmos, não vamos conseguir ampliar esse número", acrescentou Covas.
Doria afirmou que é inacreditável que "tenhamos o distanciamento entre aquilo que o Ministério da Saúde deveria agir solicitando mais vacinas que lhe são oferecidas e esta resposta não é dada".
A CoronaVac é desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e, no Brasil, é produzida pelo Butantan, que é vinculado ao governo de São Paulo.
O imunizante está no centro da chamada "guerra da vacina" entre o governador João Doria (PSDB) e Bolsonaro. Ao longo do ano passado, o presidente atacou a CoronaVac em mais de uma ocasião, disse que ela não transmitia confiança e garantiu que o governo não a compraria.
Mas a pressão de governadores e as críticas de falta de planejamento da campanha brasileira de imunização levaram o Ministério da Saúde a anunciar a compra de 100 milhões de doses da vacina.
O imunizante é um dos que estão sendo aplicados em grupos prioritários nos estados. Além da CoronaVac, o Brasil tem aprovado para uso emergencial o imunizante da Universidade de Oxford/Astrazeneca.