Brasileiro entra para o Guinness Book como o mais rápido a visitar todos os países do mundo

Robson Jesus gastou cerca de R$ 700 mil reais para realizar o feito

Com R$ 100 mil, um celular e um sonho, o brasileiro Robson Jesus, 35 anos, começou, em 2022, sua longa aventura de viajar para todos os países do mundo. O que no começo era uma jornada tímida, foi eternizada pelo Guiness Book, o livro dos recordes.

Robson se tornou o primeiro homem a visitar mais rapidamente todos os países do mundo, além de ser o primeiro brasileiro negro a realizar o feito. Esse último ponto, inclusive, foi sua principal motivação para dar início a este sonho.

"Quando eu descobri que apenas 150 pessoas conseguiram fazer isso, e que delas nenhuma era negra, eu quis ser essa primeira. Eu fui buscar a experiência de pessoas negras e brasileiras que viajaram o mundo, e não tinha", conta para a Folha de S. Paulo.

Nascido em Osasco, sua infância foi humilde. Ele começou a trabalhar apenas com 10 anos para ajudar a família e chegou a fazer parte do time de gestão do Hospital das Clínicas. Mas sua ambição estava além, Robson não queria apenas viajar pelo mundo, mas servir de inspiração para as pessoas.

"Eu sinto essa responsabilidade do que é levar o nome do Brasil nessa busca pelo recorde. Agora, quando alguém pesquisa quem foi o homem mais rápido a dar a volta ao mundo, vê que o recorde é de um brasileiro", reflete.

Anteriormente, o recorde estava para o estadunidense Yili Liu, que completou a "volta ao mundo" em três anos e três meses.

Sucesso nas redes sociais

Toda a viagem do brasileiro foi registrada no perfil do Instagram @onegovailonge. Foi através dele que Robson conseguiu seguidores e apoio para custear suas viagens. No início, ele estimou que precisaria de R$ 500 mil para completar o feito. Contudo, com o apoio da comunidade digital e de parcerias publicitárias, ele arrecadou ao todo R$ 700 mil.

À Folha de S. Paulo, o viajante declarou que se sentiu tocado com o apoio e o carinho das pessoas e que se sente feliz por conseguir se tornar uma inspiração para jovens negros.

"Não é comum ver viajantes negros nas estradas. De cada dez viajantes que eu encontrava, nove eram brancos. Talvez eu tenha tido acesso a comunidades na África que uma pessoa branca não teria —especialmente em países em guerra, como Níger, Burkina Fasso e Mali", relata.

Mesmo descansando, Robson não pretende parar. Atualmente, um documentário e livro sobre a viagem estão em produção.