Brasil se opõe a enviar grupo de investigadores da OMS aos locais de origem de pandemias

Países da Assembleia Mundial de Saúde deliberam sobre papel OMS no combate a surtos

A Assembleia Mundial de Saúde (AMS), que começa nesta segunda-feira (24), deve deliberar sobre o papel da Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate às pandemias. Brasil, Rússia e China se opuseram à proposta de enviar grupo de investigadores aos locais de origem dos surtos. As informações são do jornal Valor Econômico.

Em sua posição, o Brasil defendeu que a investigação da OMS deveria ocorrer apenas com a colaboração do país afetado, a ser visitado pelos investigadores. Já a China e a Rússia não aceitaram se comprometer a abrir suas fronteiras para investigações. Os opositores questionaram até que ponto a OMS é independente e quem seriam os investigadores. 

Dessa forma, o texto final delibera apenas para fortalecer a capacidade da OMS para avaliar rapidamente surtos e epidemias, não investigar. Assim, debe ser criado um grupo de trabalho aberto aos países membros, que apresentará resultados em 2022. 

Essa é a 74ª sessão da AMS, realizada virtualmente,  com foco na Covid-19 e preparação contra próximas crises de saúde. Foram apresentados aos 194 países membros três relatórios de especialistas, sugeringo reformas nos sistemas de alerta e prevenção. 

Transparência global 

O objetivo é arquitetar a futura governança de saúde global para informações precoce, segura e transparente de informações de saúde pública, como apoia Tedros Adhanom Ghebreyesu, diretor-geral a OMS. Mas os países membros rejeitaram resoluções importantes. 

Uma das propostas rejeitada obrigaria o compartilhamento equitativo de patógenos e dados de sequenciamento genético de patógenos. A oposição foi dos Estados Unidos, que apresentou contraproposta para obrigação de compartilhamento "sem contrapartida" - recusada por Brasil, Índia, Indonésia e Egito. 

A resolução adaptada prevê que o diretor-geral da OMS pode trabalhar com os Estados membros, a comunidade médica e científica e redes de laboratório e vigilância para promover o compartilhamento de amostras de dados de sequência genética de patógenos pandêmicos e epidêmicos, levando em conta leis e regulamentos nacionais e internacionais.

Dessa forma, os países podem usar regulamentos próprios para se recusar a compartilhamento dados e informações.