O primeiro lote com 50 mil doses da vacina contra a monkeypox deve chegar em setembro no Brasil, conforme informação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. A imunização será feita em profissionais da saúde e pessoas que tiveram contato com pacientes infectados com a doença conhecida como varíola dos macacos.
A declaração do ministro foi feita à TV Brasil e publicada pela Agência Brasil neste domingo (18), mas não foi detalhada a data do recebimento. O laboratório dinamarquês Bavarian Nordic deve fornecer a doses após negociação com o Governo Federal e intermediação da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
“Estudos já mostram que uma dose dessa pode ser fracionada em cinco doses. Então nós podemos beneficiar um número maior de pessoas. A princípio são aqueles que têm contato com o material contaminado”, acrescentou Queiroga.
O anúncio acontece no momento em que o País já notificou 6.869 casos confirmados da doença e 5.747 suspeitas, conforme o registro do Ministério da Saúde atualizado neste sábado (17).
No Ceará, são 238 pacientes contaminados pelo vírus e outros 262 que aguardam o resultado do exame. O Estado tem o maior número de casos confirmados no Nordeste.
O ministro afirmou que a vacinação ainda não deve acontecer para toda a população, porque não há recomendação nesse sentido. Marcelo Queiroga espera uma redução dos casos da doença.
“No mundo inteiro o surto tem diminuído, a velocidade de progressão dos casos é menor e nós estamos numa fase de platô com queda. Então esperamos que esse surto seja controlado”, contextualizou.
Medicamento e vacina nacional
O Ministério da Saúde recebeu autorização emergencial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importar o antiviral Tecovirimat. Essa medicação pode ser aplicada em situações graves e específicas da doença.
“O uso é diante de situações onde não temos mais alternativas para esses pacientes”, completou o ministro.
Além disso, há o desenvolvimento de uma vacina nacional para enfrentar a monkeypox, que pode estar disponível no segundo semestre de 2023, caso o cenário epidemiológico aponte a necessidade de ampliação da proteção coletiva.
“É algo que está trabalhado, em pesquisas. Já recebemos a Universidade Federal de Minas Gerais, que nós chamamos de semente, que depois gera a produção do IFA, e a Fundação Oswaldo Cruz, através de Biomanguinhos, tem capacidade de fazer escala. Mas isso é se houver uma indicação de vacinação para um grupo maior de pessoas”, concluiu Queiroga.
Quais os sintomas da monkeypox?
Os sinais e sintomas da monkeypox duram de 2 a 4 semanas, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), e desaparecem por conta própria, geralmente sem complicações.
Os principais sintomas da monkeypox, já identificados entre os cearenses, são:
- lesões na pele;
- febre;
- dor de cabeça;
- fraqueza;
- dor muscular;
- aumento dos linfonodos do pescoço;
- dor de garganta;
- dor nas costas;
- suor/calafrios;
- dor nas articulações;
- lesão genital/perianal;
- náusea/vômito;
- inchaço dos gânglios;
- lesões na boca e mucosas;
- tosse;
- sensibilidade à luz;
- conjuntivite;
- inchaço peniano;
- proctite (inflamação no reto);
- sinais hemorrágicos.
O período de incubação do vírus monkeypox é “tipicamente de 6 a 16 dias”, mas pode chegar a 21 dias, como explica o Ministério da Saúde. Ou seja, esse é o período que o paciente pode permanecer sem sintomas após ter contraído o vírus.
Como ocorre a transmissão da monkeypox?
Entre humanos, o vírus é transmitido por contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de infectados, fluidos corporais ou objetos recentemente contaminados.
“Quando a crosta desaparece e há reepitelização, a pessoa deixa de infectar outras e, na maioria dos casos, os sinais e sintomas desaparecem em poucas semanas”, aponta a Sesa.
De acordo com o Ministério da Saúde, a monkeypox “é uma doença que exige contato muito próximo e prolongado para transmissão de pessoa a pessoa, não sendo característica a rápida disseminação”. Apesar disso, o vírus tem potencial epidêmico.
Como prevenir?
- Evitar contato com pacientes suspeitos ou infectados;
- Higienizar as mãos com frequência, com água e sabão ou álcool;
- Usar máscaras de proteção.
As medidas também valem para roupas, roupas de cama, talheres, objetos e superfícies utilizadas por pessoas com suspeita ou confirmação da doença. Esses itens devem ser limpos da forma adequada.
O que fazer se tiver sintomas da monkeypox?
As autoridades de saúde recomendam que o paciente que apresentar sintomas da varíola dos macacos procure uma unidade de saúde, para atendimento médico. E não entre em contato com outras pessoas.
Qual é o tratamento?
O tratamento dos casos suspeitos de varíola dos macacos tem se baseado, conforme boletim da Secretaria da Saúde, “no manejo da dor e do prurido, cuidados de higiene na área afetada e manutenção do balanço hidroeletrolítico”.
A maioria dos casos, observam as autoridades de saúde, apresenta sintomas leves e moderados. “Na presença de infecções bacterianas secundárias às lesões de pele, deve-se considerar antibioticoterapia”, acrescenta a Sesa.