O Ministério da Saúde confirmou na sexta-feira (19) um caso local de cólera em Salvador. É o primeiro registro da doença após 18 anos sem diagnósticos no Pais. O paciente contraiu a doença na própria cidade, sem viajar a outro lugar.
A Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente informou que o caso foi detectado em um homem de 60 anos, que apresentou um desconforto abdominal e diarreia aquosa em março.
Duas semanas antes, ele havia feito uso de antibiótico para tratamento de outra patologia. Exames laboratoriaismidentificaram que a bactéria causadora da doença foi Vibrio cholerae O1 Ogawa, a da cólera.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, trata-se de um caso isolado, tendo em vista que não foram identificados outros registros. Uma investigação epidemiológica foi realizada pelas equipes de saúde locais junto às pessoas que tiveram contato com o paciente.
O período de transmissão da doença é de um a dez dias após a infecção. Entretanto, para as investigações epidemiológicas, no Brasil, está padronizado o período de até 20 dias por margem de segurança Dessa forma, segundo a pasta, o paciente não transmite mais o agente etiológico desde o dia 10 de abril.
Primeiro caso após 18 anos
Os últimos casos autóctones de cólera no Brasil ocorreram em Pernambuco nos anos de 2004 e 2005, com 21 e cinco casos confirmados, respectivamente.
Desde 2006, não havia casos de cólera autóctones, apenas importados, sendo um de Angola, notificado no Distrito Federal (2006); um proveniente da República Dominicana, em São Paulo (2011); um de Moçambique, no Rio Grande do Sul (2016); e um da Índia, no Rio Grande do Norte (2018).
De janeiro a março de 2024, 31 países registraram casos ou declararam surto de cólera. Seguindo a classificação da OMS, a região africana foi a mais afetada, com 18 países. Nas Américas há surtos declarados apenas no Haiti e na República Dominicana.
Sintomas
A cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda, transmitida por contaminação fecal-oral direta ou ingestão de água e alimentos contaminados.
A maioria das pessoas infectadas permanece assintomática - aproximadamente 75%). Daquelas que desenvolvem a doença, a maioria apresenta sintomas leves ou moderados, e apenas de 10% a 20% desenvolvem a forma severa, que, se não for tratada prontamente, pode levar a graves complicações e ao óbito.