Anestesista preso por estuprar paciente sedada faz matrícula no curso de Turismo na Uerj

Giovanni Quintella Bezerra, que teve o registro médico cassado pelo Cremerj, foi denunciado em 2022, e aguarda julgamento no presídio de Bangu

O anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso por estuprar uma paciente sedada durante um parto, foi aprovado no vestibular e realizou a matrícula no curso de Turismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Conforme o GLOBO, a informação foi dada pela jornalista Juliana Dal Piva, no ICL Notícias. Os familiares dele realizaram os procedimentos, no nome dele, para o ingresso na graduação.

A Uerj está em fase de pré-matrícula, que segue até o dia 7 de fevereiro. Em nota, a instituição afirmou que "segue o que está estabelecido nas determinações legais e jurídicas quanto à participação de pessoas em situação de privação de liberdade no processo do vestibular e em cursos de graduação."

"Os trâmites de pré-matrícula e inscrição em disciplinas não se distinguem para as pessoas que estão ou não em privação de liberdade, sendo necessário o cumprimento dos mesmos requisitos pelo candidato classificado ou por representante com procuração".
Universidade do Estado do Rio de Janeiro

A universidade acrescentou que Giovanni deve ter permissão judicial para sair do presídio e frequentar as aulas, caso o curso seja presencial. "À Uerj cabe cumprir o que a constituição e a legislação sobre o tema determinam", finalizou.

De acordo com a Lei de Execuções Penais, detentos podem prestar vestibular, e conseguem ter a pena abatida em um dia a cada 12 horas de estudo. 

Relembre o caso

O anestesista foi flagrado por funcionários da unidade de saúde colocando o pênis na boca da paciente durante o parto. A violência sexual durou 10 minutos ao todo. O suspeito cometeu o crime 50 segundos após o marido da vítima deixar o local com o recém-nascido. O caso ocorreu em um hospital de São João de Meriti, em 10 de julho de 2022. Segundo o laudo médico, o suspeito aplicou uma dose sete vezes maior que a necessária na moça. 

O homem também desligou os aparelhos de monitoramento dos sinais vitais da paciente. A suspeita é de que ele tenha desativado o equipamento para evitar que outros colegas notassem a obstrução das vias aéreas da vítima provocada pelo pênis do anestesista, enquanto ela estava sedada e desacordada.