A Polícia Federal quer realizar um novo interrogatório com Adélio Bispo Oliveira, preso após esfaquear o presidente Jair Bolsonaro (PL), então deputado federal, em Juiz de Fora, Minas Gerias, durante as eleições de 2018. A corporação deseja investigar eventuais mandantes ou financiadores do ataque.
Antes de dar seguimento com a diligência, o delegado encarregado do inquérito, Martín Bottaro Purper, solicitou, em 21 de setembro, à Justiça Federal em Mato Grosso do Sul o acesso ao laudo de avalização psicológica do homem, produzido recentemente por dois peritos. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
No entanto, o juiz da 5ª Vara Federal Criminal de Campo Grande, Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, negou o pedido em 4 de outubro, após ouvir o Ministério Público Federal (MPF). Na ocasião, o magistrado justificou que "o documento está sob sigilo absoluto e não constitui diligência investigativa sobre fatos pretéritos, que justifiquem sua utilização na averiguação da participação e/ou financiamento por terceiros, no delito praticado pelo internado".
Ainda na decisão, o juiz determinou que a Polícia Federal fundamente, "concreta e especificamente, as razões do pedido de acesso ao laudo de avaliação do estado de saúde mental de Adélio". Além de estabelecer dez dias de prazo para essa providência.
Procurada pelo jornal paulista, a PF disse que não se manifesta sobre investigações em andamento.
Purper assumiu a investigação sobre o ataque no início deste ano. O delegado anterior concluiu, por duas vezes, que Adélio agiu sozinho e que não houve mandante.
Arquivamento e reabertura do caso
Em junho de 2020, baseado nas conclusões da segunda investigação sobre o ataque, o Ministério Público Federal em Minas Gerias se manifestou pelo arquivamento do inquérito policial. No documento enviado à Justiça Federal, a Procuradoria declarou ter concluído que Adélio concebeu, planejou e executou sozinho o crime.
Naquele mesmo mês, a Justiça Federal em Minas Gerais homologou o arquivamento. No entanto, em novembro de 2021, um pedido do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, fez com que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) reabrisse o caso.
Em junho de 2019, Adélio Bispo foi absolvido pela facada. A decisão foi proferida após o processo criminal que o considerou inimputável por transtorno mental. Na decisão, o magistrado responsável pelo caso decidiu também que ele deveria ficar internado em um hospital psiquiátrico por tempo indeterminado. No entanto, diante da periculosidade do acusado, Adélio permaneceu no presídio federal de Campo Grande, onde está preso desde o atentado.
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