Passageiro em uma das lanchas atingidas pelo deslizamento de pedra ocorrido no Lago de Furnas, município de Capitólio (MG), no último sábado (8), um turista de São Paulo contou mais detalhes sobre o ocorrido. O sobrevivente percebeu pequenas pedras caindo antes do desabamento do paredão.
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Michel Leite Neves, natural da cidade de Jaú, perguntou ao condutor da lancha se o fato de as pedras estarem caindo era normal. O morador do interior de São Paulo disse que não escutou pessoas pedindo para se afastar do local por conta do barulho da cachoeira.
De acordo com informações do G1, o turista estava na embarcação com quatro familiares, entre eles uma menina de 15 anos, em um passeio pelos cânions. Michel conta que o piloto falou ser recorrente a queda das pedras. Porém, pouco tempo depois, outra rocha maior se desprendeu. O piloto da lancha começou a se retirar do local, na tentativa de se afastar.
“Ele virou o barco porque disse que era melhor a gente sair dali. Mas nesse momento o paredão já estava caindo. A sorte é que o motorista teve essa percepção. A lancha dele era menor e muito rápida e por isso conseguimos escapar”, explica Michel.
Entre gritos e a queda das rochas, a família viveu um momento de tensão. “Foi assustador. Na hora, a gente imagina que está morrendo. Não tem como descrever o sentimento, foi a pior sensação da minha vida. Estamos bem abalados, chocados. É um trauma inexplicável”, dimensiona.
Ferimentos leves
Na rápida fuga do local, a lancha em que a família estava trombou em outra. Devido às batidas, à quantidade de água e os estilhaços de pedra, Michel disse que todos tiveram ferimentos leves. A sogra dele precisou passar por cirurgia, uma vez que teve fratura exposta no cotovelo.
Após o ocorrido, a família foi para o porto com o barco parcialmente destruído e recebeu os primeiros atendimentos em Furnas (MG), de onde a sogra foi transferida para Passos (MG). Os parentes se recuperam, mas a mulher ainda terá de passar por uma segunda cirurgia.
Policiais civis informaram neste domingo (9) que a primeira vítima identificada após o acidente em Capitólio (MG) trata-se de Júlio Borges Antunes, de 68 anos. Ele era natural de Alpinópolis, em Minas Gerais. O homem foi o único que teve o corpo identificado formalmente. Houve também a qualificação de outras nove pessoas que estavam na mesma lancha de Antunes.
A prefeitura de Capitólio informou que não há mais desaparecidos e que o número de óbitos chega a 10. Antes do acidente, a Defesa Civil havia emitido um alerta sobre chuvas intensas na região com possibilidade de "cabeça d'água". Neste momento, a Marinha também investiga por que os passeios foram mantidos.