Sem México, Brasil e Colômbia tentam encontrar saída para crise da Venezuela
Os países estão em busca de uma solução para a crise que surgiu após a eleição presidencial na Venezuela
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone com o chefe do Executivo da Colômbia, Gustavo Petro, nesta quarta-feira (14), para tentar encontrar uma "saída política" para a crise na Venezuela devido as eleições presidenciais de 2024.
"Eu estava num telefonema com a Colômbia tentado ver se a gente encontra uma saída política para o problema da Venezuela, para ver se a gente restabelece a tranquilidade democrática naquele país", disse Lula ao justificar seu atraso ao chegar a um evento com seus ministros no Palácio do Planalto, em Brasília.
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O ministro das Relações Exteriores de Lula, Mauro Vieira, viajará para Bogotá na quinta-feira (15), onde irá se reunir como o chanceler colombiano, Luis Gilberto Murillo, para discutir o anúncio.
ENTENDA O CASO
Os governos do Brasil, Colômbia e México estão colaborando para encontrar uma solução para a crise que surgiu após a eleição presidencial na Venezuela, realizada em 28 de julho. Na ocasião, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), alinhado ao governo, declarou Nicolás Maduro como vencedor, sem apresentar as atas de votação.
A oposição venezuelana alega que o processo foi fraudulento e afirma que o verdadeiro vencedor foi Edmundo González Uruttia, seu candidato. Em resposta, Brasil, México e Colômbia solicitaram que a Venezuela publique as atas eleitorais e permita uma "verificação imparcial" dos resultados.
Os presidentes desses países estavam planejando uma chamada telefônica com Maduro, de acordo com fontes dos governos brasileiro e colombiano. No entanto, o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, informou que, por ora, não há uma nova conversa agendada com os líderes do Brasil e da Colômbia, enquanto aguarda a decisão da sala eleitoral do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, que recebeu uma solicitação de Maduro para "certificar" o resultado.
"Vamos esperar a resolução do tribunal eleitoral, porque ainda está em processo. Acredito que na sexta-feira desta semana eles vão decidir sobre as atas e sobre os resultados, então vamos esperar", declarou López Obrador em coletiva de imprensa.
Os Estados Unidos e a União Europeia fizeram duras críticas ao processo eleitoral venezuelano e apoiaram a mediação de Brasil, México e Colômbia.
Lula também conversou por telefone com os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron, na tentativa de aumentar a pressão sobre Maduro para que as atas eleitorais sejam publicadas.