Rússia diz que ataque vindo do território da Ucrânia destruiu posto de fronteira

A agência pública russa de notícias divulgou um vídeo de uma estrutura danificada supostamente pelo ataque

Escrito por Diário do Nordeste e AFP ,
Susposto ataque ucraniano a posto de fronteira russo
Legenda: O exército ucraniano negou ter atirado contra o posto de fronteira
Foto: reprodução

O serviço de inteligência russo, o FBS, informou que um ataque disparado do território da Ucrânia, na manhã desta segunda-feira (21), destruiu o posto de serviço dos guardas de fronteira na região de Rostov. Segundo a agência pública russa de notícias Ria Novosti, não houve mortos no episódio.

O veículo ainda publicou um vídeo que supostamente mostra uma pequena estrutura destruída, em uma planície arborizada e escombros espalhados pelo chão, que seria o local atingido pelo ataque. 

"Em 21 de fevereiro, às 9h50, um obus de tipo não identificado disparado do território da Ucrânia destruiu o posto de serviço dos guardas de fronteira na região de Rostov, a uma distância de cerca de 150 quilômetros da fronteira russo-ucraniana", relatou a fonte das forças de segurança da Rússia.

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Ucrânia nega ataque

O exército ucraniano negou ter atirado contra o posto de fronteira.

"Não podemos impedir que produzam informação falsa, mas sempre podemos enfatizar que não atiramos contra infraestruturas civis ou algum território na região de Rostov, ou qualquer outra coisa."
Pavlo Kovalshuk
Porta-voz militar ucraniano

Ao mesmo tempo, Kiev afirmou que registrou 14 bombardeios dos rebeldes pró-Rússia, que deixaram um soldado ferido. Os separatistas informaram a morte de três civis nas últimas 24 horas, assim como a explosão de um depósito de munições na região de Novoazovsk, sobre o qual acusaram "sabotadores ucranianos".

Conforme a agência de notícias internacionais AFP, não foi possível confirmar as informações com fontes independentes.

Conflitos entre separatistas e forças ucranianas

As autoridades das duas "repúblicas pró-Rússia" autoproclamadas do leste da Ucrânia ordenaram a mobilização dos homens em condições de combater e a transferência de civis para a Rússia. Moscou informou nesta segunda-feira que 61.000 pessoas deixaram a região.

"Eles nos bombardeiam, aterrorizam as crianças. Seus aviões sobrevoam a cidade (...) e vimos as coisas explodindo, pegando fogo", disse à AFP uma das pessoas que deixou a região, Liudmila Kliuiko, 56 anos, ao chegar a Taganrog, na Rússia.

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O Kremlin reiterou que a "situação é extremamente tensa" na frente leste ucraniana, e expressou "preocupação". Os separatistas pró-Rússia que lutam contra Kiev mantêm um conflito no leste do país que provocou mais de 14.000 mortes desde 2014, agravado após a anexação da Crimeia ucraniana pela Rússia.

Moscou nega ter planos para invadir a Ucrânia, mas exige garantias de que a ex-república soviética não aderirá à Otan e o fim da expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte para suas fronteiras. As demandas foram rejeitadas pelo Ocidente.

Os países ocidentais ameaçaram impor sanções econômicas devastadoras em caso de ataque russo contra a Ucrânia.

Vladimir Putin deve coordenar nesta segunda-feira uma reunião do conselho de segurança russo, o poderoso organismo que reúne os principais comandantes do exército e dos serviços de inteligência.