Bombardeio atinge creche na Ucrânia; governo acusa separatistas pró-Rússia

Projétil explodiu na sala de esportes, enquanto as crianças tomavam café da manhã no refeitório

Escrito por Diário do Nordeste e AFP ,
bombardeio em creche na ucrânia
Legenda: Escombros do ataque se misturaram aos brinquedos usados pelos alunos
Foto: AFP

Uma creche no leste da Ucrânia foi bombardeada nessa quinta-feira (17), mas nenhuma criança ficou ferida porque o projétil atingiu a sala de esportes, enquanto os alunos estavam no refeitório tomando o café da manhã. 

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No momento da explosão, havia 20 crianças no refeitório, que logo em seguida iriam justamente para a sala de esportes. "Se a explosão tivesse ocorrido 15 minutos depois, as consequências poderiam ter sido catastróficas", afirma Natalia Slessareva, funcionária da creche Stanitsa Luganska.

"A explosão ocorreu por volta das 9h da manhã. Eu estava na lavanderia. A onda de choque me jogou em direção à porta. Eu não sentia mais o lado direito da minha cabeça", detalha. 

Em tempos normais, 57 crianças costumam frequentar esta escola, mas desta vez, a maioria estava em casa devido às restrições pela covid-19.

Alertada pela creche, Natalia, de 38 anos, correu para buscar o filho de dois anos. "Corremos para o carro com meu marido para pegar o menino", disse ela, sem dar seu sobrenome. "Eu estava com muito medo, não há abrigo antiaéreo nesta creche, apenas paredes grossas. Dá pra ver que foram danificadas. Não consigo me acalmar", acrescentou.

Conflito

Desde 2014, o leste da Ucrânia está imerso em uma guerra entre forças ucranianas e combatentes separatistas, apoiados militarmente por Moscou, segundo Kiev e países ocidentais.

Apesar das inúmeras tentativas de cessar-fogo, algumas das quais relativamente respeitadas, os combates nunca cessaram totalmente, causando mais de 14 mil mortes.

Desde novembro, Moscou concentrou mais de 100 mil soldados perto da fronteira ucraniana, levantando temores de uma operação militar contra Kiev e uma retomada em larga escala dos conflitos na área.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenksy, denunciou o atentado como uma "provocação" e o primeiro-ministro britânico Boris Johnson acusou Moscou de querer "desacreditar" Kiev para justificar uma invasão.

Os separatistas de Luhansk, por sua vez, acusaram Kiev de ter aumentado o número de bombardeios de armas pesadas para "empurrar o conflito para uma escalada".

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