Papa Francisco canoniza religioso por suposto milagre na Amazônia e pede proteção ao povo Yanomami

O jesuíta argentino presidiu a cerimônia de canonização na Praça de São Pedro

Escrito por Diário do Nordeste, com AFP ,
Papa
Legenda: Pontífice proclamou 14 novos santos neste domingo (20), durante a Missa na Praça de São Pedro
Foto: Tiziana FABI / AFP

O papa Francisco canonizou o italiano José Allamano, religioso fundador da congregação dos Missionários da Consolata, por um suposto milagre na Amazônia. Esse foi um dos 14 santos proclamados neste domingo (29), durante a Missa na Praça de São Pedro. 

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O jesuíta argentino presidiu a cerimônia de canonização na Praça de São Pedro, na presença de milhares de fiéis de todo o mundo e de representantes oficiais dos países envolvidos.

A canonização - o estágio final no caminho para a “santidade” na Igreja Católica - exige três condições: estar morto há pelo menos cinco anos, ter levado uma vida cristã exemplar e ter realizado pelo menos dois milagres.

Durante a missa, o papa pediu proteção aos povos da Amazônia. 

"Penso em particular no povo Yanomami, da floresta amazônica brasileira, entre cujos membros ocorreu o milagre ligado à canonização de hoje. Apelo às autoridades políticas e civis para que garantam a proteção destes povos e dos seus direitos fundamentais e contra qualquer forma de exploração da sua dignidade e dos seus territórios", disse. 

Como foi o milagre na Amazônia

Padre Giuseppe Allamano
Legenda: Padre Giuseppe Allamano
Foto: giuseppeallamano.consolata.org

O milagre reconhecido pelo Vaticano foi a cura de um indígena da etnia Yanomami, que foi atacado por uma onça e ficou gravemente ferido em 1996.

O indígena, chamado Sorino, foi socorrido pelas missionárias do Instituto Missões Consolata, fundado pelo padre Giuseppe Allamano. Ele se recuperou completamente e, atualmente, vive sem sequelas.

Giuseppe Allamano nasceu em 1851, no Piemonte, norte da Itália, e faleceu em 1926, também em solo italiano. Embora nunca tenha saído da Itália, ele foi um grande incentivador da participação de sacerdotes em missões, principalmente no Quênia, na África, e no Brasil.

O padre Allamano foi proclamado beato em 1990 pelo Papa João Paulo II.

Novos santos proclamados

Entre os novos santos estão os 11 “mártires de Damasco”, mortos em julho de 1860 na capital síria durante o domínio otomano por um comando de drusos muçulmanos em um mosteiro em um bairro cristão.

De acordo com o Vatican News, a mídia oficial do Vaticano, “seu martírio faz parte de um contexto de perseguições organizadas por muçulmanos drusos no Líbano e na Síria, durante as quais milhares de cristãos perderam suas vidas”.

Esses mártires, oito deles franciscanos e três leigos do rito maronita - os irmãos Massabki - foram beatificados em 1926 pelo papa Pio XI.

Os outros canonizados são três fundadores de comunidades religiosas: o missionário italiano Giuseppe Allamano (1851-1926), a freira italiana Elena Guerra (1835-1914) e a canadense Marie-Léonie Paradis (1840-1912), fundadora de uma congregação dedicada à educação católica.

O papa Francisco anunciou em maio a canonização de Charles Acutis, um piedoso adolescente italiano e entusiasta da Internet cuja morte por leucemia fulminante em 2006 chocou o país.

A data dessa cerimônia ainda não foi definida, mas poderá ocorrer em 2025, o ano do “Jubileu” em Roma, onde são esperados mais de 30 milhões de peregrinos.

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