Centro-direita vence as eleições legislativas em Portugal, apontam projeções

10,8 milhões de eleitores foram convocados às urnas neste domingo (10)

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
Membros do movimento Chega
Legenda: Membros do movimento "Chega" comemoraram a vitória em um hotel
Foto: ANDRE DIAS NOBRE / AFP

A Aliança Democrática (AD), liderada por Luís Montenegro, de 51 anos, venceu por uma margem estreita as eleições legislativas deste domingo (10) em Portugal. A coligação de centro-direita é formada pelo Partido Social Democrata com outros partidos menores e conquistou 29,54% dos votos.

O Partido Socialista, de esquerda, ficou em segundo e o Chega, de extrema-direita, aparece em terceiro lugar. 

  • Aliança Democrática: 29,54% dos votos.
  • Partido Socialista: de 28,66% dos votos.
  • Chega: 18,05% dos votos

Portugal, onde 10,8 milhões de eleitores foram convocados às urnas, era um dos poucos países da Europa liderados pela esquerda quando, em novembro, o primeiro-ministro em exercício, António Costa, renunciou após ser citado em uma investigação por tráfico de influência.

O Partido Socialista (PS), que obteve a maioria absoluta nas últimas eleições legislativas de janeiro de 2022, com 41,4% dos votos, desta vez deve ficar em segundo lugar, com 25 e 29% dos votos.

Após a saída de Costa, o PS se reuniu em torno de Pedro Nuno Santos, ex-ministro de 46 anos da ala esquerdista do partido.

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Durante a campanha, Montenegro descartou formar um governo com o apoio da extrema-direita. Em vez disso, o político esperava contar com o apoio do pequeno partido Iniciativa Liberal, mas a formação teria obtido entre 5 e 7% dos votos, segundo a mesma pesquisa.

Com esses resultados, ambos os partidos não alcançariam o número de 116 deputados necessários para obter a maioria absoluta. O Parlamento tem 230 assentos.

Resultado 'absolutamente histórico'

Do lado dos vencedores, o partido de extrema-direita Chega sairia fortalecido da contagem de votos e teria obtido entre 14 e 17% dos votos, contra 7,2% há dois anos.

O resultado mantém o Chega como a terceira força política do país e confirma as pesquisas pré-eleitorais para este partido antiestablishment.

A taxa de abstenção, estimada entre 32% e 38% pela pesquisa, seria a mais baixa desde 2005.

Movimento Chega

O Chega foi criado em 2019 por André Ventura, um professor de Direito de 41 anos, ex-comentarista de futebol e conhecido por seus ataques xenófobos contra a minoria cigana.

É um "resultado absolutamente histórico", comemorou Ventura após as pesquisas de boca de urna. O político disse que estava "disponível" para oferecer "um governo estável a Portugal" dentro de "uma sólida maioria de direita".

O aumento da extrema-direita no país ocorre enquanto Portugal se prepara para comemorar no próximo mês o 50º aniversário da Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura fascista e a 13 anos de guerras coloniais.

Renúncia de Costa

Além das suspeitas de corrupção que levaram à renúncia de António Costa, Ventura alertou durante a campanha sobre o aumento da imigração no país. A população estrangeira em Portugal duplicou nos últimos cinco anos.

O histórico do atual governo socialista tem sido marcado pela inflação, apesar da consolidação das finanças públicas, do crescimento acima da média europeia e do baixo desemprego. 

Portugal também sofreu com problemas nos serviços de saúde e nas escolas, além de uma grande crise imobiliária. 

Além disso, há uma série de escândalos de corrupção, que acabaram derrubando Antonio Costa, e o aumento da população migrante, que dobrou em cinco anos, dois dos temas eleitorais da extrema-direita.

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