Baleia-cinzenta, considerada extinta no oceano Atlântico, é avistada nos Estados Unidos; veja fotos
Animal não era visto há mais de 200 anos das águas ao leste do continente americano
Um exemplar de baleia-cinzenta foi avistado neste mês no mar nordeste dos Estados Unidos. A aparição rara surpreendeu cientistas do Aquário da Nova Inglaterra, em Massachusetts, já que a espécie é considerada extinta no oceano Atlântico, e não era vista há 200 anos.
O animal foi observado ao sul de Nantucket, pequena ilha próxima à península de Cape Cod, durante um voo de levantamento aerofotogramétrico — usado para mapear a superfície do planeta —, no último dia 1º de março. Na ocasião, segundo o aquário, o misticeto mergulhou repetidamente e voltou à superfície, parecendo estar se alimentando.
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Apesar de ter desaparecido no Atlântico, devido à intensa atividade de caça entre os séculos XVIII e XIX, a baleia-cinzenta é facilmente encontrada no oceano Pacífico, especialmente na região mais ao norte.
Conforme o aquário, nos últimos 15 anos, somente cinco exemplares da espécie foram observados no Atlântico, mas eram oriundos do Pacífico.
O cetáceo possui uma característica única entre as baleias: além da coloração branco-acinzentada, tem uma espécie de corcova dorsal ao invés de uma barbatana.
Meu cérebro estava tentando processar o que estava vendo, porque esse animal era algo que realmente não deveria existir nessas águas. Estávamos rindo de emoção por ver uma espécie que desapareceu do Atlântico há centenas de anos.”
Apesar do avistamento raro, os pesquisadores ainda consideram a espécie extinta no oceano Atlântico, já que não há evidências sobre a existência de uma população reprodutora na região.
No entanto, esse cenário pode mudar nos próximos anos, já que a elevação da temperatura global, provocada pelo aquecimento da Terra, causa o derretimento das geleiras no norte do Canadá, facilitando a conexão entre os dois oceanos.
“Estes avistamentos de baleias cinzentas no Atlântico servem como um lembrete da rapidez com que as espécies marinhas respondem às alterações climáticas, se tiverem oportunidade”, destacou a pesquisadora do Centro Anderson Cabot para a Vida Oceânica no Aquário de Nova Inglaterra, Orla O'Brien.
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