Ataque russo em Bilohorivka, na Ucrânia, deixa dezenas de mortos e feridos
Bombardeio atingiu escola que servia de abrigo antibombas para ucranianos
Um bombardeio da Rússia contra uma escola que servia de abrigo antibombas para civis deixou dezenas de pessoas mortas e feridas no vilarejo de Bilohorivka, na Ucrânia, neste domingo (8), segundo autoridades e sobreviventes ucranianos. O ataque pode estar entre os mais mortais contra civis no país desde a invasão pelas forças russas, em 24 de fevereiro.
Imagens de vídeo do que restava da escola mostraram bombeiros cavando os escombros enquanto pequenas chamas surgiam no local. Não ficou claro quantas pessoas estavam lá dentro e se havia soldados presentes na área no momento do ataque.
O governador da região leste de Luhansk, onde fica Bilohorivka, Serhiy Haidai, afirmou haver 90 pessoas no porão, das quais apenas 30 foram resgatadas — o restante provavelmente ainda estava sob os escombros.
No entanto, alguns civis retirados da escola reduziram o número de abrigados para 37, o que não diminuiu os impactos sobre as vidas ceifadas no ataque. "Só restam 12 de nós vivos", disse um entrevistado ao Washington Post na saída de um hospital na cidade de Bakhmut.
Uma mulher de 57 anos, identificada como Irena, relatou que o grupo estava no porão havia um mês. "Estávamos jantando quando aconteceu. Não sabíamos o que nos atingiu", contou. Segundo Haidai, equipes de resgate levaram quase quatro horas para extinguir o fogo.
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Outros temores
A ofensiva ocorreu quando as forças do presidente Vladimir Putin intensificaram esforços para consolidar território antes de 9 de maio. A data simboliza o Dia da Vitória, um feriado anual de pompa e circunstância na Rússia.
O ataque à escola em Bilohorivka ocorreu em meio a temores crescentes de que Putin possa usar o feriado do Dia da Vitória para desencadear, mesmo que temporariamente, um ataque ainda mais forte contra a Ucrânia.
A Rússia está concentrando seus esforços pela tomada de outro território no leste da Ucrânia, onde o conflito entre o Exército ucraniano e separatistas apoiados pela Rússia foi iniciado em 2014. Putin "só quer algo para dizer ao seu povo amanhã", disse um membro das Forças de Defesa Territoriais da Ucrânia ao Washington Post. "Eles estão se esforçando para tomar essas cidades", acrescentou.
Civis como alvo
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos estimou, na sexta-feira (6), que mais de 3,3 mil civis foram mortos no conflito entre os países — número provavelmente subestimado, segundo observadores independentes.
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