A última segunda-feira (3) foi o dia mais quente da história ao nível global, segundo dados apurados pelos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos Estados Unidos. O órgão está ligado à administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA).
A temperatura média do mundo foi de 17,01 graus Celsius, ultrapassando o recorde anterior registrado em agosto de 2016, quando os termômetros marcaram 16,92°C. Na época, ondas de calor afetavam várias regiões do Hemisfério Norte.
Agora, as regiões sul do território norte-americano têm sofrido com a mesma questão, assim como na China, com ondas de calor persistentes e temperaturas acima dos 35ºC. Já no norte da África a situação tem sido ainda mais preocupante, com os termômetros próximos dos 50ºC.
"Esse não é um marco para se comemorar", afirmou a cientista climática Friederike Otto, do Instituto Grantham para Mudanças Climáticas e Meio Ambiente do Imperial College London, no Reino Unido. Até mesmo a Antártida, que segue no inverno, registrou altas temperaturas nas últimas semanas.
A causa do fenômeno citado é atribuída por cientistas às mudanças climáticas, assim como um padrão emergente do El Niño.
Problemas no mundo
A situação, inclusive, já começou a gerar problemas em diversas partes do mundo. No Vietnã, por exemplo, produtores de arroz passaram a trabalhar à noite durante os verões, que tem apresentado temperaturas acima dos 37ºC.
Enquanto isso, nos Estados Unidos as ondas de calor que atingem o sul do país já duram duas semanas, apresentando sensação térmica acima dos 40ºC. No México, 100 pessoas morreram por conta do calor extremo entre 12 e 25 de junho deste ano.
El Niño
Estas observações são uma possível antecipação do fenômeno El Niño, geralmente associado ao aumento das temperaturas globais, somado aos efeitos das mudanças climáticas.
Em 8 de junho, a NOAA anunciou a chegada oficial do El Niño e indicou que o mesmo pode levar a novos recordes de temperatura em algumas regiões.
O El Niño é um fenômeno oceânico de aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico, próximo à costa da América do Sul, que prejudica a ocorrência de chuvas no Nordeste brasileiro, incluindo o Ceará.
Nos últimos 50 anos, ele foi observado pelo menos 13 vezes, impondo medidas estruturantes de enfrentamento à seca e à baixa recarga em reservatórios.
Efeitos da temporada de calor no mundo
Devido as altas temperaturas de calor, diversos países do Hemisfério Norte sofreram. No México, entre 12 e 25 de junho, cerca de 100 pessoas moreram, conforme informou o governo do país, na última quinta-feira (29).
Nos Estados Unidos ao menos 13 pessoas morreram devido às altas temperaturas durante o verão. Também no fim de junho, a Espanha registrou temperaturas superiores a 44ºC.