Software Pegasus teria sido usado para espionar jornalistas e ativistas pelo mundo, diz investigação

Programa israelense foi desenvolvido pela empresa NSO, que já se envolveu em denúncias do mesmo tipo em 2019

Cerca de 50 mil números de telefone foram alvo do Pegasus, um software de uma empresa de vigilância israelense. Segundo publicação da BBC, ativistas de direitos humanos, jornalistas e advogados tiveram dados roubados e foram espionados.

O sistema foi produzido pela empresa NSO Group, que negou qualquer irregularidade. Conforme posicionamento oficial, o software seria destinado apenas ao uso contra criminosos e terroristas.

O vazamento de dados foi revelado após investigações da ONG Forbidden Stories e pelo grupo de direitos humanos Anistia Internacional. Enquanto isso, as denúncias do uso do software foram mostradas por grandes jornais como Washington Post, The Guardian e Le Monde.

Como funciona o Pegasus?

O Pegasus infecta tanto iPhones como dispositivos Android. O objetivo é permitir que as operadoras possam coletar mensagens, fotos e e-mails com dados dos usuários. Além disso, por meio dele, chamadas podem ser gravadas secretamente.

Ainda em nota, a NSO voltou a afirmar que a investigação não teria sido conduzida de maneira correta, e estaria "repleta de suposições erradas".

O spyware é, atualmente, vendido para até 60 agências militares, de inteligência e de segurança em 40 países do mundo.

Quem teria sido alvo?

As investigações responsáveis por expor a questão apontaram que mais de mil pessoas em mais de 50 países foram alvo do software.

Ao todo, 10 países teriam concentrado os nomes espionados e presentes na lista. São eles: Azerbaijão, Bahrein, Hungria, Índia, Cazaquistão, México, Marrocos, Ruanda, Arábia Saudita e Emirados Árabes, segundo os relatórios.

Além disso, 180 jornalistas apareceram na lista, como foi o caso de profissionais da CNN, do New York Times e do Al Jazeera. Também foram identificados 85 ativistas de direitos humanos e mais de 600 políticos e autoridades governamentais. 

Em 2019, o WhatsApp processou a NSO alegando que a empresa seria a responsável por ataques a 1,4 mil telefones celulares com o Pegasus.