Daniel Noboa, presidente do Equador, enfrenta o pico de uma crise de violência grave no país, com cenas de ataques em ruas e presídios. Pessoa mais jovem a ocupar o cargo, ele nasceu nos Estados Unidos e tem como família os donos de um império empresarial de exportação de bananas.
O Equador vive uma crise de segurança há dois dias, que culminou, na segunda (8), no decreto de estado de exceção. A determinação teve como motivo a fuga da prisão de um criminoso conhecido como Fito, chefe do grupo Los Choneros, implementando um decreto que estabelece toque de recolher entre 23h e 5h.
Quem é Daniel Noboa?
Noboa se formou universidades estrangeiras, é sommelier e gosta de carros e cavalos. O pai dele, Álvaro Noboa, tentou tornar-se presidente cinco vezes, mas não alcançou o objetivo.
Como político, Noboa integra o grupo Ação Democrática Nacional (ADN). O agora presidente teve breve carreira como deputado, ocupando também o cargo de presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico.
Noboa é aliado do Correísmo, principal força do país e crítico do próprio pai dele. Além disso, se uniu ao Partido Social Cristão, que possui 18 das 137 cadeiras parlamentares. O ADN possui 17 cadeiras.
O esperado é que ele permaneça no cargo de presidente até 2025, quando se encerraria o mandato do ex-presidente Guillermo Lasso. Este último dissolveu o Congresso em 2023, convocando eleições antecipadas para não ser julgado por corrupção.
Violência nas ruas
A escalada de violência no Equador resultou em um balanço de 7,8 mil homicídios no país em 2023. Os homicídios nas ruas cresceram quase 80% entre 2018 e 2023, passando de 6 para 46 mil habitantes.
Segundo o Observatório Equatoriano do Crime Organizado, cerca de 3.600 pessoas foram assassinadas no país neste ano, também reforçando o aumento da violência das gangues de traficantes de drogas.
Na terça-feira (9), Fabricio Colón Pico, um dos líderes de Los Lobos, fugiu da prisão. Ele havia sido preso pelo crime de sequestro e pela suposta responsabilidade em um plano para assassinar a procuradora-geral do país.
Ao todo, sete policiais foram sequestrados durante o período de exceção. Supostas execuções de agentes penitenciários e policiais foram divulgadas nas redes sociais, com registros de explosões na província de Esmeraldas.
Criminosos invadiram a universidade em Guaiaquil, um veículo explodiu próximo a uma ponte em Quito e as aulas presenciais foram suspensas em todo o país até a próxima sexta-feira (12).
Além dos casos recentes, a campanha eleitoral equatoriana de 2023 ficou marcada por um dos episódios mais violentos em todo o mundo, com o assassinato do candidato Fernando Villavicencio, jornalista investigativo morto com tiros na cabeça ao sair de um comício em Quito no início de julho do ano passado.