Um ato em apoio à atual vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, terminou com manifestantes presos e policiais feridos no último sábado (27) em Buenos Aires. Ela é acusada de supostamente participar de um esquema de corrupção no país.
A manifestação foi organizada depois que o Ministério Público da Argentina sugerir, no último dia 22 de agosto, 12 anos de prisão para Cristina por suposta integração a um esquema de corrupção durante seus dois mandatos como presidente, entre 2007 e 2015.
As forças de segurança utilizaram canhões de água e spray de pimenta para impedir que os manifestantes avançassem. Dois deles foram presos e sete policiais ficaram feridos, segundo a agência Reuters.
Já o chefe de gabinete do governo de Buenos Aires, Felipe Miguel, declarou que 14 policiais ficaram feridos na ação. O confronto começou depois que as forças de segurança puseram grades em volta da casa de Kirchner em Recoleta, bairro de Buenos Aires.
Nas redes sociais, a vice-presidente disse que estava “sitiada" e afirmou que a prefeitura de Buenos Aires, controlada pelo opositor de direita Horacio Larreta, trata os apoiadores dela de forma diferente em relação aos do ex-presidente Mauricio Macri.
"Para os macristas: cuidado e proteção. Para os peronistas: grades, infantaria da polícia municipal e até paus, gás lacrimogêneo e spray de pimenta como na noite de segunda-feira”, escreveu.
Após os comentários, apoiadores de Cristina derrubaram as cercas da residência. Foi quando houve confrontos entre eles e a tropa de choque.
Após a manifestação, a vice-presidente discursou em frente à sua casa. "Em uma democracia, o direito à liberdade de expressão é fundamental", afirmou. Aos apoiadores, disse: "Quero agradecer e pedir que descansem. Foi um longo dia".
Pedido de prisão
Cristina Kirchner é acusada, junto a outras 12 pessoas, de crimes de associação ilícita e administração fraudulenta em um esquema de corrupção na licitação de obras públicas durante sua presidência.
O Ministério Público pede, além do pedido de 12 anos de prisão, que ela seja impedida de atuar em cargos públicos. Cristina, por sua vez, diz ser vítima de “perseguição política”.