O presidente do Quênia, William Ruto, prometeu adotar medidas ofensivas contra seitas religiosas após a polícia encontrar pelo menos 73 mortos. Os corpos são de pessoas suspeitas de integrar um movimento que estimulava os fiéis a jejuarem para "conhecer Jesus".
No domingo (23), o número de corpos exumados no leste do Quênia era de 47. Nesta segunda-feira (24), com o trabalho continuado de agentes policiais, mais cadáveres foram encontrados em valas coletivas de uma floresta perto da cidade costeira de Malindi.
"Encontramos 73 corpos na floresta até esta noite" e a busca por outros corpos "continuará amanhã", indicou um policial envolvido na investigação.
"O que vimos em Sakhola é algo característico de terroristas", disse o presidente durante uma cerimônia de entrega de diplomas aos funcionários do sistema prisional.
"Os terroristas usam a religião para promover seus atos hediondos. Pessoas como Mackenzie utilizam a religião para fazer exatamente o mesmo".
'Jejuar para conhecer Jesus'
A polícia do Quênia está investigando um pregador cristão que teria influenciado seus seguidores a morrerem de fome para "encontrar Jesus Cristo". Entre os mortos, havia corpos de crianças. A polícia disse que as exumações estão em andamento.
As covas rasas estão na floresta Shakahola, onde 15 membros da Igreja Internacional da Boa Nova (Good News International Church, em inglês) foram resgatados na semana passada.
O líder da igreja, Paul Makenzie Nthenge, está sob custódia, aguardando uma audiência no tribunal. A emissora estatal KBC o descreveu como um "líder de culto" e informou que 58 túmulos foram identificados até agora.
Na semana passada, as autoridades encontraram os corpos de quatro adeptos da Igreja Internacional da Boa Nova, dirigida por Makenzie Nthenge, que teria incentivado seus seguidores a jejuar para "conhecer Jesus".
Makenzie Nthenge compareceu à polícia em 15 de abril, antes de ser detido. Uma fonte policial afirmou que o líder da igreja iniciou uma greve de fome e que "está orando e jejuando" enquanto permanece preso. Segundo a imprensa local, seis seguidores de Nthenge também foram detidos.