O governo da Nicarágua determinou a expulsão do embaixador brasileiro Breno de Souza Brasil Dias da Costa, após o diplomata faltar um evento importante para o regime do presidente Daniel Ortega. Com a decisão, o representante político recebeu um prazo de quinze dias para deixar o país centro-americano.
Conforme divulgado pelo jornal Divergentes nessa quarta-feira (7), a determinação ocorreu após Breno de Souza não comparecer à comemoração de 45 anos da Revolução Sandinista, em julho. A ausência teria enfurecido o governo e abalado ainda mais a relação entre os dois países, estremecida desde o começo do ano.
“Como eu disse, deram a ele [Breno] 15 dias para partir. Mas quando um embaixador é destituído do cargo, ele [normalmente] tem dois meses para sair”, explicou uma fonte que preferiu não se identificar.
Segundo a Folha de S. Paulo, o embaixador agiu conforme recomendação do Itamaraty, que o orientou a não comparecer em determinados eventos políticos do regime.
Com a expulsão, a chancelaria brasileira teria entrado em contato com as autoridades nicaraguenses para informar que decisão terá consequências políticas e diplomáticas.
RELAÇÕES ESTREMECIDAS
O relacionamento entre Brasil e Nicarágua está abalado desde janeiro, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentou interceder pela liberação de Rolando José Álvarez, bispo católico perseguido pelo governo nicaraguense. Na época, Ortega ignorou o presidente brasileiro, negando pedidos de telefonema para falar sobre o assunto.