Maduro pede que população desinstale o aplicativo WhatsApp na Venezuela

Presidente acusa opositores de utilizarem a plataforma para ameaçar aliados ao governo

Escrito por Diário do Nordeste / AFP ,
WhatsApp
Legenda: Maduro afirmou que irá romper relações com o WhatsApp
Foto: Yuri CORTEZ / AFP

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta segunda-feira (5) o boicote ao aplicativo WhatsApp. O político alegou que militares, policiais e líderes comunitários aliados ao seu governo receberam "ameaças" por meio de mensagens enviadas na plataforma.

"Vou romper relações com o WhatsApp, porque estão usando o WhatsApp para ameaçar a Venezuela e, então, eu vou eliminar o WhatsApp do meu telefone para sempre, pouco a pouco vou passar meus contatos para o Telegram, o WeChat", disse Maduro.

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"Diga não ao WhatsApp!", prosseguiu Maduro, incentivando a retirada "voluntária, progressiva e radical" do aplicativo, que pertence à empresa americana Meta. "Pelo WhatsApp estão ameaçando a família militar venezuelana, a família policial, os líderes das ruas e a comunidade", acrescentou.

BOICOTE AO INSTAGRAM

No dia 27 de julho, véspera das eleições na Venezuela, o presidente havia declarado que as redes sociais estavam sendo usadas para promover "divisão" e "ódio" entre os venezuelanos e apontou diretamente ao Instagram e ao TikTok

"Acuso o Instagram por sua responsabilidade na instalação do ódio para dividir os venezuelanos, para buscar uma matança e uma divisão na Venezuela, para trazer o fascismo para a Venezuela", assegurou.

Maduro chegou a pedir publicamente "recomendações" a seus funcionários de segurança para regular o uso das plataformas sociais após serem divulgados vídeos e imagens dos protestos contra sua reeleição, além de denúncias sobre as operações das forças de segurança, que resultaram em mais de dois mil detidos, segundo o próprio presidente.

A difusão de "mensagens de ódio" nas redes sociais pode levar a penas de 10 a 20 anos de prisão na Venezuela, segundo uma lei aprovada em 2017.

ELEIÇÕES NA VENEZUELA

O mandatário foi declarado pela autoridade eleitoral o vencedor das eleições presidenciais de 28 de julho com 52% dos votos contra 43% para seu principal adversário, o opositor Edmundo González Urrutia, que denuncia fraude e exige a apresentação pública de todas as atas eleitorais.

O Conselho Nacional Eleitoral não divulgou resultados detalhados da votação e alega que seu sistema foi hackeado.

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