O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta terça-feira (12) que a guerra contra a Ucrânia - hoje em seu 48º dia - era apenas questão de tempo, de acordo com relatos de agências de notícias da Rússia. "Não havia outra escolha", disse ele.
Em paralelo, o Ministério da Defesa da Rússia alega ainda que ao menos 50 militares ucranianos foram mortos em "uma tentativa frustrada de escapar" da cidade portuária de Mariupol, na última segunda (11).
Putin também comentou que a “operação especial”, como chama a guerra no país vizinho, tem como objetivo ajudar cidadãos das áreas separatistas da Ucrânia.
O presidente afirma que o governo ucraniano se recusou "a cumprir os acordos de Minsk visando uma solução pacífica para os problemas do Donbass", uma área separatista.
Uso de armas químicas
Embora a Defesa russa declare as mortes de 50 militares em Mariupol, o relatório de hoje (12) do Ministério da Defesa da Ucrânia não as confirma. Porém, admite que, "no futuro, o inimigo tente tomar o controle da cidade".
A região, no sul da Ucrânia, está sob ataque praticamente desde o início da invasão russa e hoje é alvo de preocupação do governo ucraniano e de aliados, como Reino Unido e Estados Unidos, que avaliam a possibilidade de um ataque químico na região.
Os britânicos já avaliam que os combates no oriente ucraniano irão se intensificar nas próximas duas ou três semanas, e investigam se a Rússia teria usado armamento químico.
A deputada ucraniana Ivanna Klympush afirmou que foi usada uma "substância desconhecida" na cidade e que a população apresentava problemas respiratórios. "O mais provável, armas químicas", disse.
Além disso, o ucraniano Batalhão Azov publicou no Telegram que um drone russo despejou uma "substância venenosa" nas tropas e civis ucranianos em Mariupol.
Putin rebate sanções
O principal interesse da Rússia em Mariupol é consolidar suas conquistas territoriais na faixa costeira ao longo do Mar de Azov, conectando as áreas separatistas do Donbass à península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.
Putin também comentou que as metas da guerra que "são nobres", tendo como objetivo "ajudar" as pessoas das áreas separatistas, segundo a agência russa Tass.
O presidente russo disse ainda que é impossível isolar "um país tão grande", rebatendo as diversas sanções já impostas por outras nações.