Uma mulher de 37 anos afirmou que quase ficou cega após detergente líquido industrial ter espirrado em seus olhos, durante o trabalho. Toni Brown, de Birmingham, na Inglaterra, estava limpando utensílios quando o acidente ocorreu. Médicos contaram que o líquido queimou as córneas dela e a inglesa decidiu processar o local de trabalho.
Mãe de três filhos, a inglesa contou ao Daily Mail que o líquido começou a "borbulhar em seus olhos", em outubro de 2022. "Foi instantâneo. Eu não entendi porque espirrou em meus olhos, eu acho que a bomba estava travada. Meus olhos estavam ardendo e queimando", relatou.
Brown relatou ainda que ela sentia muita dor na região e então resolveu pegar um táxi até o Hospital Birmingham Queen Elizabeth Birmingham. Ao chegar na unidade hospitalar, ela foi transferida para o Midland Eye Centre.
Os médicos especialistas relataram que o detergente era "super forte" e queimou as córneas dela, o que gerou danos em 90% da visão. Os oftalmologistas relataram ainda que o líquido deveria ser manuseado com o Equipamento de Proteção Individual (EPI).
"Era doloroso. Eu sentia que meus olhos estavam pegando fogo. Eles [os médicos] disseram que o nível de PH estava em 11 quando deveria estar entre cinco ou sete. Levou a noite inteira para colocar no nível natural", relembrou.
Consequências futuras
A região atingida ficou muito sensível à luz e ela precisou usar óculos escuros para sair de casa. Os especialistas ainda destacaram que a mulher pode ter consequências futuras com a lesão.
"A médica me perguntou com quem eu vivia e eu disse que morava com meus três filhos. Ela disse que eu poderia ficar cega no futuro e talvez precise de enxertos no local. Eu estava assustada em ouvir isso", lembrou.
A visão de Brown melhorou com o passar dos meses, contudo, ela alega que ainda tem visão embaçada por cerca de quatro meses em um olho.
"O olho seco me deixa constantemente desconfortável. Eu não consigo lidar com a luz mais, então e tenho que comprar cinco tipos diferentes de óculos escuros, para que eu tenha um par comigo para onde for", disse a mulher, que ainda utiliza colírios diariamente.
Processo contra empresa
Brown está processando a empresa Moto Services, que administra a rede Greggs, onde ela trabalhava. Ela não retornou a nenhum outro tipo de ocupação por estar nervosa em ficar próximo a produtos químicos.
"Isso vem sendo horrível. Eu nunca soube que lavar líquidos poderia ser tão perigoso. Minha vida toda foi afetada porque meus olhos estão muito sensíveis agora", descreveu.
Responsável pelo caso, a especialista em acidente de trabalho, Stephanie Osborne, relatou que qualquer pessoa lidando com produtos químicos, deve utilizar EPIs.
"Responsabilidade nesse caso já foi admitida (via seguradora). Todos os empregadores precisam treinar suas equipes apropriadamente e ter certeza que eles estão protegidos em seus trabalhos. Esse acidente afetou bastante a vida e a visão de Toni. Poderia ter sido prevenido se tiver equipamento e instruções apropriadas", pontuou Osborne.
A empresa admitiu que houve uma violação de responsabilidade, por meio da seguradora. Contudo, eles não informaram mais informações o caso com o jornal britânico devido ao andamento do processo.