O indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) pela Polícia Federal tem repercutido na imprensa internacional. O ex-presidente é investigado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
O inquérito aponta que uma organização criminosa se formou logo após as eleições gerais de 2022, em que Bolsonaro saiu derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O grupo tinha o intuito, àquela época, de executar um plano de atentado para manter Bolsonaro no poder.
Após o indiciamento, anunciado pela PF nesta quinta-feira (21), jornais como o The New York Times e o The Washington Post, dos Estados Unidos, repercutiram o caso, inclusive, citando os outros crimes pelos quais o ex-presidente é investigado.
O espanhol El País destacou, também, que, durante o mandato, Bolsonaro "flertava repetidamente" com a ameaça da ruptura democrática, como quando o ex-presidente se recusou a reconhecer a vitória de Lula em 2022.
Também comentaram o indiciamento periódicos britânicos e franceses.
Veja como os veículos jornalísticos internacionais noticiaram o indiciamento de Bolsonaro
The New York Times
O periódico afirmou que as acusações contra Bolsonaro agravam "significativamente" os problemas do ex-presidente com a Justiça e demonstram a dimensão da tentativa de golpe de Estado.
"As autoridades afirmam que Bolsonaro, junto com dezenas de assessores próximos, ministros e líderes militares, participou de um plano para reverter os resultados das eleições", diz a reportagem, que também destacou que o ex-presidente está inelegível até 2030 e responde por outros supostos crimes, como uma fraude no cartão de vacina.
The Washington Post
O Post ouviu um especialista em ciência política para falar sobre o assunto e citou que as investigações enfraquecem Bolsonaro como líder da direita no Brasil.
"Dezenas de ex-assessores e assessores atuais de Bolsonaro também foram indiciados, incluindo o general Braga Netto, que foi seu companheiro de chapa na campanha de 2022", menciona o jornal.
La Nación
O La Nación ressaltou que, no inquérito que investiga Bolsonaro, também foi citado o argentino Fernando Cerimedo, que já atuou como consultor do presidente Javier Milei. Além disso, a reportagem menciona a existência de "indícios suficientes" de que uma organização criminosa atuou para manter Bolsonaro no comando do País.
"O relógio começa a correr para Bolsonaro", aponta o periódico.
El País
O El País lembrou que, durante o mandato, Bolsonaro "flertava repetidamente" com a ameaça da ruptura democrática.
"O ultradireitista pretendia ignorar o resultado das eleições e impedir que o esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva retornasse ao poder", escreveu o jornal espanhol.
Clarín
Destacando que não houve ainda pedido de prisão para Bolsonaro, o Clarín detalhou a primeira fase da investigação da Polícia Federal contra a organização criminosa que pretendia dar o golpe de Estado e citou que outras 36 pessoas também foram indiciadas.
The Guardian
O The Guardian lembrou que o ex-presidente decidiu deixar o Brasil poucos dias antes do fim do mandato, em 2022, e que ele nega envolvimento em uma tentativa de golpe.
"Lula está no poder, mas a ameaça da extrema direita à sua administração permanece. Na noite da última quarta-feira, um membro do partido político de Bolsonaro foi morto após aparentemente se explodir com explosivos caseiros enquanto atacava o Supremo Tribunal Federal", disse o jornal, citando o caso do homem que tirou a própria vida em frente à estátua da Justiça, na Praça dos Três Poderes.
Le Monde
O francês Le Monde resumiu o relatório da PF afirmando que o indiciamento do ex-presidente também afeta ex-ministros e o então chefe do serviço de inteligência brasileiro.
"Jair Bolsonaro acusou o juiz responsável pela investigação de agir fora 'da lei'. O juiz Alexandre de Moraes 'faz tudo o que a lei não diz', escreveu o ex-presidente no X. O relatório deve ser encaminhado pelo Supremo", detalha a matéria.