Expedição planeja novas buscas no Titanic e entra em conflito com o Governo dos EUA

Expedição do RMS Titanic Inc. viola uma lei federal e o acordo com a Grã-Bretanha que torna o local do naufrágio um ambiente sagrado

A empresa norte-americana RMS Titanic Inc. planeja uma nova expedição ao Titanic para recuperar artefatos históricos. No entanto, o projeto não está sendo bem recebido pelo governo dos Estados Unidos. 

Segundo o governo norte-americano, a expedição viola uma lei federal e o acordo com a Grã-Bretanha que torna o local do naufrágio um ambiente sagrado. Uma dos argumentos utilizados contra a viagem de quase 4 mil metros de profundidade ao Atlântico Norte, é uma possível danificação de restos mortais no local. 

O naufrágio, em 1912, causou a morte de 1,5 mil passageiros e tripulantes que estavam a bordo da embarcação. Em junho desse ano, cinco pessoas morreram quando um submersível da OceanGate implodiu ao tentar visitar os escombros do Titanic.

Viagem do RMS Titanic Inc.

De acordo com a empresa, a viagem está prevista para maio de 2024 e pretende a filmagem e fotografia da área em que estão os escombros do transatlântico. "[Isso inclui] dentro dos destroços, onde a deterioração abriu abismos suficientes para permitir que um veículo operado remotamente penetre no casco sem interferir na estrutura atual”. 

À agência AP, a RMST disse que o plano é realizar buscas não apenas nos arredores dos escombros, como na estrutura remanescente da embarcação.

"[Isso poderia incluir] objetos de dentro da sala Marconi, mas apenas se tais objetos não estiverem afixados nos destroços em si”, afirmou a RMST em comunicado.

A sala Marconi é onde ficavam os responsáveis por se comunicar com as autoridades em terra firme e outras embarcações. À época, tripulantes utilizavam uma máquina telegráfica sem fio chamada Marconi, que transmitia mensagens em código Morse. Graças ao equipamento, 700 pessoas conseguiram ser salvas pois foram transmitidos sinais de socorro após colidir com o iceberg. 

Processo 

Para a expedição ocorrer, é necessário que a RMST consiga a aprovação do Secretário de Comércio dos EUA, que supervisiona a Noaa. Conforme a empresa, apenas o Tribunal de Norfolk tem jurisdição sobre o caso, apontando séculos de precedentes no direito marítimo. 

A RMS Titanic Inc. é a companhia norte-americana que detém os direitos de salvamento dos destroços da embarcação.